Líder de igreja, apóstolo Denilson é acusado de desvio de dinheiro e perseguição

O líder da Comunidade Cristã Aliançados, apóstolo Denilson Fonseca, está envolvido em mais uma polêmica. Agora, ele é alvo de uma série de denúncias de ex-pastores e ex-membros que alegam terem sido expulsos da igreja sob humilhação e constrangimento coletivo, sem direitos trabalhistas cumpridos e após asfixia financeira que envolve, inclusive, redução salarial e quebra de acordos.

Além disso, Denilson é acusado de sanha por dinheiro, com diversos relatos de pressão para arrecadação entre as unidades da Aliançados. O caso de maior destaque que foi a ponta do fio puxado para outras histórias aparecerem é do pastor Paulo Cesar Lemos. Ele divulgou um vídeo no começo desta semana em seu perfil no Instagram, onde narra uma série de situações que passou ao longo de cinco anos como pastor na Aliançados, que desaguou em sua expulsão durante uma reunião com líderes da igreja.

Em entrevista ao Campo Grande News, ele explicou que foi convidado a sair de Minas Gerais para vir morar em Mato Grosso do Sul pelo apóstolo Denilson Fonseca, em 2019. “Eu inicialmente iria ficar à frente da igreja em Dourados, mas aí conversamos melhor e achamos melhor eu ficar em Campo Grande. Acertamos um salário de R$ 2.500 com aluguel pago pela igreja, depois houve uma reconfiguração por conta das minhas demandas, então o salário subiu para R$ 2.750 com auxílio moradia de R$ 1.500, com o aluguel ficando sob minha responsabilidade”, conta Paulo.

Ainda houve novo reajuste, com salário chegando a mais de R$ 4 mil e uma porcentagem em cima de um curso que Paulo iria ministrar. Porém, há cerca de um ano, o castelo começou a desmoronar com a redução do salário sob a justificativa de que passava por diversas dificuldades financeiras causadas, principalmente, por conta da compra de um terreno ao lado da atual sede, na Avenida Mato Grosso, que pertencia à TIM.

O ex-membro ainda conta que foi expulso sem nenhum direito trabalhista pago e que está sem renda, vivendo da ajuda de amigos. “Eu passei por um divórcio, que inclusive foi usado contra mim, que atribuo muito ao fato de ter passado por essas dificuldades financeiras”.

Apóstolo Denilson também teria usado o nome de outra ex-esposa para constrangê-lo na reunião que o expulsou, dizendo que havia conversado com ela. O próprio filho do Paulo, com esta ex, disse em comentário no Instagram que nunca houve tal conversa.

“Sou o filho que meu pai comentou no vídeo, eu aposto que o miserável não saiba nem o nome da minha mãe, não sei quem ele é para falar dela assim primeiramente, eu aposto ele postar ou comprovar de qualquer forma que entrou em contato com a minha mãe, além de prejudicar meu pai da maneira mais desonesta possível, quis atacar gente que não conhece, que Deus revele a verdade e que tenha piedade desse pastor, pois ele não sabe o que fala”, disse o filho.

Paulo entrou com duas ações na Justiça, uma trabalhista, pelos direitos alegados enquanto atuou na igreja, e uma por danos morais, por conta do modo como foi tratado na reunião que o expulsou. Os processos correm em segredo de Justiça.

 

Perseguição

Após o relato de Paulo, inclusive na postagem, mas não só, outras denúncias semelhantes surgiram. Elas trazem à tona até suposta perseguição depois que membros deixaram a igreja.

“Hoje digo com alegria no meu coração que fomos libertos de uma prisão enganosa, por muito tempo tive medo, medo das pessoas, medo de exposição com nosso nome dentro desse lugar, tive medo porque recebi tantos áudios, com humilhações e mentiras, eu grávida com barrigão ouvindo ‘Deus, te abençoou nesse lugar, usou profetas desse lugar, para dizer que você iria casar e ter filhos… Agora você está aí grávida e não está aqui para agradecer a Deus, as promessas foram entregues e você abandonou esse lugar'”, diz comentário de uma mulher que frequentava a Aliançados.

Em outro comentário, a Aliançados é chamada de seita. “Infelizmente eu e minha família servimos um dia nesse ministério, ou melhor dizendo essa seita. Tivemos nossos olhos vendados e hoje, pela graça de Deus, estamos libertos desse lugar. Assim como todos, na nossa saída para eles e para a maioria que frequentam a igreja, nós ficamos como rebeldes e desleais. Foram ditas mentiras, calúnias a nosso respeito pelo atual pastor. Hoje dou graças a Deus por termos saído de lá”.