Agora a situação do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Sun Moon, de 47 anos, que responde pela morte do empresário Adriano Correia, complicou-se de vez. Em despacho proferido na quarta-feira (8), o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida autorizou a quebra de sigilo telefônico do policial.
O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual, no entanto, o magistrado acatou parcialmente o pedido e restringiu a autorização da quebra do sigilo do aparelho celular do acusado apenas no dia dos fatos (31 de dezembro de 2016), incluindo mensagens de texto, como a identificação dos dados cadastrais dos interlocutores que se comunicaram com a linha. Em razão da quebra do sigilo, o juiz determinou a realização de perícia no aparelho telefônico.
Ainda no despacho, o juiz determina que seja realizado laudo de degravação das imagens da delegacia de polícia na data dos fatos, desde a chegada do acusado até a sua apresentação à autoridade policial. Além disso, o juiz Garcete determina que sejam colhidas novas declarações do acusado sob as divergências quanto a sua vestimenta, entre outras determinações.
Além disso, a coleção de armas do policial foi apreendida. Ricardo Moon está em liberdade desde o dia 1º deste mês, tendo retornado ao trabalho em regime administrativo e longe de armas no dia 2 de fevereiro, usando uma tornozeleira eletrônica.
Além dos dados telefônicos, informações transmitidas por mensagem de textos e aplicativos de mensagens instantâneas, com o WhatsApp, também estão inclusas na decisão. Entretanto, o pedido apurar com a localização por GPS do aparelho no dia do crime foi negado. O celular do PRF também deverá ser periciado.
O prazo de cumprimento da decisão é de 15 dias. A decisão de hoje também pede o laudo do corpo de delito de um dos sobreviventes do crime, passageiro da camionete dirigida por Adriano, além que a Polícia Civil colha novas declarações de Ricardo, especialmente checando divergências sobre a roupa que usava no crime e quando chegou à delegacia.
O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida também determinou, semanas antes, a apreensão das seis armas de fogo, entre elas uma carabina e um fuzil de caça, que pertencem à coleção do PRF.
A apreensão foi realizada pela própria PRF, que também apreendeu o passaporte de Hyun, que foi incluído pela PF (Polícia Federal) na lista de pessoas impedidas. Armamentos e o passaporte foram apreendidos pela própria PRF.
A coleção, que ficava no apartamento onde mora o policial, estava toda cadastrada no Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas) e foi recolhida pela PRF ocorreu um dia depois que Moon foi solto.
O fuzil que faz parte da coleção é um Mauser calibre .308WIN, enquanto a carabina, calibre 38SPL, é da marca Rossi, modelo 775. Outra arma apreendida foi um revólver Taurus modelo 85S e cablibre 38SPL. Já os outros três armamentos são pistolas, duas delas da marca Imbel, calibre .45ACP – uma delas modelo GC MD1 e outra MD2. A sexta arma é uma pistola Ordnance, modelo SSP, também calibre .45ACP.
Áudios
Uma gravação de 7 minutos e 18 segundos, registrada pelo Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) da Polícia Militar, no dia 31 de dezembro de 2016, é uma peça chave no caso do PRF que matou um empresário na Capital na manhã do dia 31 de dezembro do ano passado.
O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon de 47 anos, ligou para o 190, antes de atirar contra a caminhonete do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, que acabou morrendo. Outro ocupante do carro ficou ferido.
A ligação não revela detalhes sobre o crime mas mostra a tentativa do PRF, que estava nervoso e querendo a presença da PM porque considerava que era um contra os três ocupantes da caminhonete.
A gravação está no inquérito da Polícia Civil sobre o caso, que tem 582 páginas. No documento, também é feita uma análise pericial sobre a gravação.
Segundo o que consta no inquérito, nos exames, a perícia utilizou recursos computacionais adequados para o processamento e reprodução do arquivo digital que continha o registro sonoro questionado, possibilitando percentual auditiva, bem como o tratamento e análise acústica da conversa.
Veja como foi o caso: