Juiz marca para fevereiro júri de réus pela execução do filho do capitão PM Paulo Xavier

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, marcou para o dia 15 de fevereiro de 2023 o júri pela morte do acadêmico de Direito, Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, que foi assassinado por engano em abril de 2019 no lugar do pai, o capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o PX.
O processo estava simplesmente parado há um ano, apesar de os recursos das defesas já terem tramitado no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Até a decisão desta terça-feira (8), o despacho anterior era de 13 de outubro de 2021, quando o magistrado pedia a devolução dos autos para marcar a sessão do júri, sem ter resposta.
Não houve explicação sobre o porquê de o processo não estar ainda com o juiz. São réus na ação penal Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, como mandante do crime de pistolagem, o ex-guarda civil Marcelo Rios e o policial Vladenilson Daniel Olmedo. Os dois agentes de segurança teriam, conforme a acusação, intermediado a contratação de assassinos de aluguel.
Esse caso também tinha como acusado Jamil Name, que morreu na cadeia, em maio de 2020, vítima de Covid-19. Pai de “Jamilzinho”, ele também era apontado como mandante da morte. O alvo verdadeiro, de acordo com as investigações, era PX, considerado desafeto da família Name.
O crime
 
Matheus Coutinho Xavier foi morto por volta das 18 horas do dia 9 de abril, em frente de sua residência, no Jardim Bela Vista. Conforme denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), Jamil Name e Jamilzinho foram os mandantes do crime. Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram intermediários entre os mandantes e executores, e Juanil Miranda Lima e José Moreira Freiras cometeram o homicídio.
Na data dos fatos, os pistoleiros executaram Matheus Coutinho com tiros de fuzii Ak-47 por engano, acreditando se tratar do pai dele. O alvo na verdade, era o capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o PX, que tinha desacertos com os Name.
Conforme relatado pelo MPE, Jamil Name e Jamilzinho, motivados por interesses pessoais, geralmente de ordem financeira, agiam eliminando desafetos. Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios atuavam como gerentes do grupo, sendo responsáveis por receber ordens dos líderes e repassá-las aos demais, articulando e fornecendo suporte.