Privilégios, mordomias e salários nababescos não são mais novidades no Poder Judiciário, seja em nível nacional, seja em nível estadual. Porém, a cada dia que se passa, as coisas que vêm a público expõem ainda mais uma instituição marcada por elitismo e horror ao povo.
O mais recente caso de mordomia envolvendo a magistratura que chegou ao conhecimento do Blog do Nélio é a autorização para que um juiz federal lotado na 5ª Vara Federal de Campo Grande possa fazer um curso de pós-graduação “stricto sensu” em Paris, na França. Isso mesmo, caro leitor, curso na “Cidade Luz”, a cidade dos apaixonados.
Para quem não sabe, uma pós-graduação “stricto sensu” – que em latim significa, literalmente, “em sentido específico” – compreende programa de mestrado e doutorado aberto a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino e ao edital de seleção dos alunos.
Pois bem, o Blog do Nélio recebeu a informação de que o juiz federal substituto João Felipe Menezes Lopes, que cursou no ano passado o curso de Mestrado em Direito, oferecido pela Faculdade de Direito, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), obteve autorização judicial para fazer a tal pós-graduação ‘stricto sensu’ em Paris.
A autorização foi aprovada pelo corregedor-regional Paulo Gustavo Guedes Fontes após analisar pedido feito pelo magistrado federal, que solicitou afastamento do cargo exercido na 5ª Vara Federal de Campo Grande no período de 1º de março a 29 de abril deste ano para fins de preparação de dissertação de mestrado.
Em seu pedido, o juiz federal substituto João Felipe Menezes Lopes explica que buscará contatos com universidades estrangeiras que tenham trabalhos publicados ou afinidade com os temas terrorismo, financiamento do terrorismo e medidas normativas para sua repressão.
Além disso, ele completa que será necessário “pesquisar sobre as atividades do organismo internacional em estudo diretamente em sua sede, localizada em Paris, na França, visando com isso colher informações e experiências imediatamente no local onde são realizadas as reuniões e tomadas as decisões que pautam atuação mundial contra o financiamento do terrorismo”.
É bom lembrar que um Juiz Federal recebe cerca de R$ 30 mil reais mensais, sem os penduricalhos. E, óbvio, o magistrado estará na França bancado pelo contribuinte.
Vai vendo!