Jarvis Pavão é absolvido por homicídio, mas condenado a 23 anos por tráfico de drogas

Após três dias de julgamento, que iniciou na manhã de terça-feira (4) e terminou ontem (7), o Tribunal do Júri absolveu o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenez Pavão do crime de homicídio qualificado e o condenou por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Ele seria responsável pelo esquema de trazer cocaína da Bolívia para vender aos narcotraficantes no Brasil.

O juiz federal substituto Rafael Farinatti Aymone, da 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, foi quem presidiu a sessão. Formado por duas mulheres e cinco homens, o júri se reuniu por três dias e decidiram na noite de quinta-feira (6) o resultado do julgamento. O narcotraficante cumprirá pena de 23 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão, inicialmente em regime fechado.

A pena deverá iniciar somente após o fim da pena que já cumpre atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, no Distrito Federal. O MPF (Ministério Público Federal) acusou Pavão de mandar matar um traficante que se viciou nas drogas que vendia e se apropriou de valores das vendas, mas não repassava à organização. O crime aconteceu em 2010 em São Leopoldo. A vítima foi morta com cinco tiros enquanto dormia em sua residência.

Em julho de 2018, a 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS) condenou Jarvis Pavão a 13 anos e 6 meses de reclusão, após denúncia no âmbito da Operação Suçuarana, feita pelo MPF no Rio Grande do Sul há 4 anos. Em maio do mesmo ano, a 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, o condenou a mais 10 anos, 9 meses e 15 dias de prisão em regime fechado, dessa vez, resultado da Operação Coroa, de agosto de 2017, que desarticulou grupo criminoso que distribuía drogas no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul.

Somando-se as duas condenações, o narcotraficante deve cumprir 23 anos de prisão. Ele também é suspeito de envolvimento com o atentado que matou Jorge Raafat Toumani, supostamente na guerra para controlar a região de fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. Quatro testemunhas de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, foram ouvidas no primeiro dia de julgamento. Os depoimentos foram especificamente sobre o crime de homicídio. Os depoimentos ocorreram via videoconferência.

Presencialmente, um escrivão da Polícia Federal que participou da investigação da Operação Matriz falou sobre os elementos colhidos relativos à apuração sobre o crime de tráfico internacional de entorpecentes, associação para o tráfico e homicídio.

No segundo dia de sessão, dois agentes e um delegado da Polícia Federal prestaram esclarecimento diante do júri. Eles atuaram na mesma investigação. Já no último dia de julgamento houve debates entre acusação e defesa, e depois seguiu para votação pelo Conselho de Sentença.