Jamil Name será sepultado hoje e juiz autoriza “Jamilzinho” assistir só por videoconferência

O empresário campo-grandense Jamil Name, 82 anos, que faleceu no domingo (28) no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró (RN), após complicações da Covid-19, será sepultado na tarde desta quarta-feira (30) no Cemitério Santo Antônio, em Campo Grande (MS), no jazigo da família, onde há sete familiares enterrados, entre eles, os pais dele, o casal Carim e Said Name.

Conforme o protocolo da Covid-19, não está previsto velório, mas os familiares preparam uma cerimônia, que não terá a presença de Jamil Name Filho, 43 anos, mais conhecido como “Jamilzinho”, pois ele não obteve a liberação do Presídio Federal de Mossoró.

No entanto, o juiz federal Walter Nunes da Silva Junior autorizou Jamilzinho a participar da cerimônia fúnebre por meio de videoconferência. O advogado Felix Jayme Nunes da Cunha informou que um dos argumentos usados pelo magistrado para negar a saída temporária do cliente foi justamente a pandemia do novo coronavírus. De acordo com ele, vai ser tentada ainda outra medida autorizativa, junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília (DF).

O direito à despedida é citado na peça apresentada à Justiça como previsão constitucional, em respeito ao princípio da dignidade humana, listado no artigo 1º. da Constituição Federal. Foram apresentados pedidos de locomoção do réu tanto na Justiça Estadual, onde tramitam os processos pelos quais Jamilzinho está preso preventivamente, quanto na Justiça Federal, responsável pela custódia dele, uma vez que está custodiado em prisão mantida pelo governo federal.

O juiz 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Fernando Chemyn Cury, declinou da competência, que já havia sido alvo decisão anterior, mantendo a responsabilidade com a esfera federal. Ao analisar, o magistrado corregedor do presídio de Mossoró rejeitou a autorização de saúde e determinou a adoção do mesmo sistema de tecnologia que tem sido utilizado para as audiências das ações penais.

Jamilzinho está preso no Presídio Federal de Mossoró desde outubro de 2019, onde também estava o pai dele. Ambos são acusados por chefiar organização criminosa dedicada a eliminar desafetos e, ainda, por comandar o jogo do bicho em Campo Grande, cometendo outros crimes para sustentar o esquema.