A Interpol está à procura do doleiro brasileiro Dario Messer no Paraguai a pedido da Polícia Federal do Brasil para esclarecer pendências com a Justiça. Ele é amigo pessoal do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, e, além disso, tem supostos vínculos comerciais com o mandatário máximo do país vizinho.
Inclusive, um dos principais locais visados pela polícia internacional é a faixa de fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai que vai de Bela Vista, Ponta Porã e Mundo Novo.
Um dos fatos curiosos que ligam Messer a Cartes é que o primeiro tinha uma conta bancária no HSBC durante a década de 80, mesmo lugar onde o presidente do Paraguai, abriu outras duas contas. Posteriormente, Cartes fundou a Cambios Amambay e dois meses depois teve de fechar em razão de um processo de evasão cambial.
Depois de assumir a Presidência da República do Paraguai, Cartes integrou Messer à sua delegação oficial para visitar Israel. Durante uma homenagem do país ao presidente paraguaio, ele chegou a fazer um pronunciamento, falando palavras de homenagem à família de Messer.
Horacio Cartes costuma chamar o amigo Dario Messer de “irmão da alma” e ambos são parceiros em pelo menos cinco empresas. Enquanto no Brasil o nome de Dario Messer apareceu na investigação Cambio, desligo! da Polícia Federal deflagrada essa semana contra doleiros no desdobramento da mega operação Lava Jato, um dos maiores escândalos de corrupção brasileiro, no Paraguai ele “recebeu” decretos para beneficiar seus negócios.
A ABC publicou no mês passado a descoberta de 19 contas ligadas a Messer na sede do banco HSBC na Suíça. No Paraguai, cerca de cinco empresas pertencem a parentes de Cartes e Messer ou seus familiares.