Importações de armas e munições movimentaram US$ 80 milhões em 5 anos no Paraguai

Um total de 648.486 armas e 331.134.611 projéteis foram importados pelo Paraguai nos últimos cinco anos, gerando um movimento de US$ 80 milhões, colocando o país vizinho como a principal rota do tráfico de armas no mundo, o que motivou os Estados Unidos a proibirem, em maio do ano passado, a exportação de armas para o território paraguaio.

A importação de apenas pistolas calibre 9 mm consumiu uma quantidade exorbitante de 1.300 unidades de uma só vez, sendo que a lista ainda traz lança-granadas, rifles esportivos e armas de guerra, que totalizaram 648.486 unidades. Além disso, um número impressionante de projéteis, também de todos os tamanhos, foi importado pelo Paraguai nos últimos cinco anos, de acordo com dados oficiais da Direção Nacional de Aduanas.

As aquisições foram feitas em maior número por empresas que aparecem como dedicadas a outro item e alguns de outros indivíduos. Das mais de 648 mil armas, uma boa quantidade corresponde a fuzis de diversos calibres, mas alguns são registrados como “armas de caça ou tiro ao alvo”, totalizando 553.276 unidades.

Para estes são adicionados pistolas e revólveres de vários calibres. A preferência pela arma de 9 mm se destaca no grupo, aos quais são adicionados os calibres 22, 38 e 40. No total foi possível postar 92.937 equipes. Em relação às armas de venda restrita, foram adquiridos 2.273 fuzis de assalto calibre 5,56 X 45mm, que são exclusivamente para uso militar.

Por outro lado, há a importação de projéteis para todos os tipos de armas, incluindo as de guerra que foram importadas como se o país estivesse enfrentando algum conflito bélico. No total, 331.134.611 projéteis de vários calibres entraram no país. Algumas empresas vieram trazer um único jogo, 5.000.000 de projéteis.

Tráfico de Armas

O Paraguai é considerado a principal rota de tráfico de armas na região. A partir de lá, grupos criminosos, especialmente do Brasil, são abastecidos. Em 2016, o ex-ministro do Senado, Luis Rojas, declarou que uma indústria legal foi desenvolvida para esse fim no país. Foram criadas empresas que importam armas para uso civil e comercializam impostos que pagam legalmente, mas parte deles acabam nas mãos do crime organizado.

Em seguida, ele garantiu que todo um sistema com a Direção de Material de Guerra (DIMABEL) foi criado para desencorajar, no entanto, nesse mesmo ano, um total de 29 empresas e 16 indivíduos compraram armas e munições importadas. No total, 38.000 armas e 53 milhões de munições foram levadas para o país vizinho. No ano seguinte, em 2017, 53 mil armas e 78 milhões de projéteis foram importados pelo Paraguai, enquanto em 2018, em apenas seis meses, 47.000 armas e 23 milhões de mísseis foram admitidos.

Um fato que chama a atenção é que entre os projéteis importados destacam-se os calibres de munição 40 SW e 380 automáticos, que são permitidos para venda ao público nas lojas do Brasil. Na semana passada, o governo de Mario Abdo Benítez assinou um acordo de cooperação com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento.

Conforme explicado pela coordenadora interina de residente das Nações Unidas, Regina Castillo, o acordo regula o comércio internacional de armas convencionais, desde armas pequenas até navios de guerra. Ele garantiu que o tratado estabelece normas rígidas, tanto internacional quanto nacionalmente, para impedir o tráfico ilícito de armas.