O aumento no número de casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus (Covid-19) no Paraguai obrigou o Governo do país vizinho a estender, até o próximo dia 10 de maio, o período de quarentena. O infectologista Tomás Mateo Balmelli explicou que a quarentena total não pode ser prorrogada além dessa data já definida, mas afirmou que uma mais flexível deve ser continuada.
Ele defende que uma distância social deve ser mantida por pelo menos um ano. “Como país, tomamos as medidas restritivas de isolamento estrito como estratégia, desde o início dos primeiros casos que apareceram nas Américas. Já seguimos esse caminho, já percorremos mais da metade dele. Cumprir os paradigmas daqueles países que seguiram os mesmos caminhos diante de nós e ver se podemos reduzir o impacto da mortalidade por Covid-19”, destacou o médico.
Tomás Balmelli enfatiza que a oito semanas de quarentena devem ser concluídas para que essa curva ou pico de infecção não tenha crescimento exponencial e, dessa forma, não provoque colapso do sistema de saúde do país vizinho. O profissional afirma que cumprir uma quarentena total é apenas o começo do trabalho completo que deve ser realizado em caso de surto epidemiológico.
“Parar o aumento da curva é apenas um pedaço do bolo. O bolo todo é continuar com estratégias de distanciamento social por pelo menos um ano ou até encontrarmos uma maneira de evitar mais casos, além de uma vacina que imunize pessoas”, disse, esclarecendo que, com a quarentena, o vírus não desaparece, mas impede o crescimento dos infectados com uma grande circulação comunitária e o colapso do sistema de saúde, como ocorreu em outros países.
“Outros países caíram no problema de que, por negligência ou ignorância, não tomaram as medidas epidemiológicas necessárias e hoje existem catástrofes na saúde. E temos todas as condições para evitar isso”, continuou o médico, referindo-se à Itália, Espanha e os Estados Unidos, onde o número de mortes por Covid-19 já passam das milhares.