Governo do Paraguai confisca fazendas de R$ 19 mi do narcotraficante brasileiro “Cabeça Branca”

O narcotraficante brasileiro Luís Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca” e que está preso desde o dia 1º de julho de 2017 após ser capturado pela Polícia Federal no Mato Grosso, vai perder as propriedades rurais que adquiriu no Paraguai, avaliadas em US$ 19 milhões.

Uma delegação interinstitucional, composta por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), promotores de Justiça do Ministério Público, Força Tarefa Conjunta e outros órgãos do Governo do Paraguai, iniciou intervenções em pelo menos cinco propriedades pertencentes a “Cabeça Branca”.

Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, ao longo dos anos, ele teria formado um verdadeiro império da droga, o que se permitiu principalmente a aquisição de grandes propriedades e áreas rurais com o objetivo de lavagem de dinheiro do narcotráfico.

As investigações permitiram identificar os esquemas empresariais e de fachada utilizados pela grande estrutura criminosa para a compra e administração dos investimentos milionários. As referidas ações investigativas deram continuidade a uma nova série de intervenções em propriedades que ficarão sob a administração do Estado paraguaio, afetando significativamente a organização criminosa “Cabeça Branca”.

Estão sendo confiscadas propriedades como a Blue Sky Stay, localizada em Paso Barreto, Departamento de Concepción. É uma das maiores propriedades arrestadas tem 5.945 hectares com avaliação de 7,134 bilhões de Guaranis, Rancho Guatambú, outra grande propriedade foi confiscada no distrito de Yby Yaú, Departamento de Concepción, em nome de Gopranor S.A., cujo representante legal seria Arnaldo Luís Arévalos Sanabria e seu principal acionista o brasileiro Pedro Araújo Méndez Lima.

Ainda de acordo com as autoridades do Paraguai, essas pessoas teriam constituído a empresa, através da qual adquiriram e controlaram a maioria dos ativos de Luís Carlos Da Rocha no Paraguai. Estância La Nelly, com 1.000 hectares localizada no distrito de Azotey, Departamento de Concepción. A propriedade está em nome da empresa Biocombustível Brasileiro BIOBRAS S.A. O representante seria Gilberto Suárez.

A conclusão é baseada na análise de documentos anteriormente apreendidos, os quais indicam que a gestão e administração da fazenda foi prestada pela empresa BRISA COMEXIN S.A. e considerando que Gilberto Suárez não tem o perfil financeiro que justifique a injeção de capital. Além disso, o homem figura na folha de pagamento desta última empresa, que consta no esquema empresarial de Luís Carlos Da Rocha, como empregado.

Outra propriedade rural agora na posse do governo, possui 862 hectares é a Estância Gua’a, localizada a caminho da cidade de Bella Vista Norte, Departamento de Concepción. Pertence à sociedade BRISA COMEXIN S.A., cujo representante legal e acionista maioritário é Bruno César Payao Rocha, filho de Luís Carlos Da Rocha e acionista minoritário de Nadir Drusila Ibarra. A empresa tornou-se um ponto-chave para a compra e administração de mercadorias por meio do dinheiro do narcotráfico.

O Rancho Dois Irmãos, de 77 hectares também conhecida como Estância Suiza, está localizada em Colônia Ñepytyvo, distrito de Yby Yaú. Pertence a Nadir Drusila Ibarra, acionista da BRISA COMEXIN S.A., juntamente com Bruno, filho de Cabeça Branca.