Durante a “Operação Fake Cloud”, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPE (Ministério Público Estadual), prendeu ontem o secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica de Corumbá, Nilson da Silva Pedroso, por fraudes em licitações em Itaporã.
Já hoje foi publicada na edição Diário Oficial de Corumbá, a exoneração do secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica, Nilson dos Santos Pedroso.
O desligamento do cargo foi assinado pelo atual prefeito de Corumbá, Gabriel Alves de Oliveira e a secretária-adjunta Josileia Rigo Marques, é quem deve assumir o cargo.
Além da prisão de Nilson Pedroso, a operação também cumpriu mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Corumbá e Itaporã, sendo neste último foram cumpridos três mandados de prisão e seis de busca e apreensão.
Antes de assumir a Secretaria Municipal de Governo e Gestão Estratégica de Corumbá, Nilson atuou como superintendente de Compras e Aquisições Governamentais da Prefeitura de Itaporã, durante a gestão do prefeito Marcos Pacco (PSDB).
Em Corumbá, ele assumiu a secretaria no lugar de Mário César Vieira, que deixou o cargo na administração do atual prefeito Dr. Gabriel Alves de Oliveira (PSB). Por meio de nota, a Prefeitura de Corumbá informou que, embora os fatos não tenham ocorrido no município, a administração acompanha as investigações, com base na lei e no princípio da presunção de inocência.
“A Prefeitura de Corumbá informa que tomou conhecimento da prisão do Secretário Municipal de Governo e Gestão Estratégica Nilson dos Santos Pedroso, pelo GAECO/MP-MS, referente a fatos supostamente ocorridos no município de Itaporã. Embora eventuais fatos não tenham ocorrido no município de Corumbá. A administração acompanha o desenrolar dos acontecimentos, observando a lei e a presunção de inocência. Outras informações serão prestadas caso haja necessidade, quando houver desdobramentos oficiais do processo. A atual gestão reafirma seu compromisso com a legalidade, transparência e com a moralidade administrativa, não pactuando com qualquer desvio de conduta, abuso ou irregularidade no âmbito do serviço público municipal”.
Os mandados judiciais foram concedidos depois que a promotoria de Itaporã descobriu uma suposta organização criminosa que praticava fraudes em contratações públicas e estava envolvida em corrupção ativa e passiva. A investigação constatou a existência de um grupo criminoso estruturado que atua fraudando, sistematicamente, processos de contratações públicas por dispensa de licitação, voltados ao fornecimento de licença de sistemas de backup de dados em armazenamento em nuvem para o Poder Executivo Municipal de Itaporã, desde 2022.
Naquele ano, o prefeito de Itaporã era Marcos Pacco (PSDB). Porém, o candidato dos tucanos perdeu a eleição do ano passado e desde o começo de 2025 o município é comandado pelo prefeito Tiago Carbonaro, do PP. O MPE não informou se o suposto esquema de fraudes passou de uma administração para outra.
De acordo com a investigação, após negociações ilícitas dos empresários com agentes públicos, diversos processos foram simulados e direcionados para beneficiar determinada empresa, mediante propostas fictícias e exigências técnicas previamente elaboradas para restringir a concorrência.
O papel dos agentes públicos, em conluio com os empresários, consistia em fornecer informações privilegiadas e organizar a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, em contrapartida a constantes recebimentos de vantagens indevidas.
“Fake Cloud”, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como “nuvem falsa”, e faz alusão aos objetos dos contratos, o backup de dados em armazenamento em nuvem, o que não era fornecido ao ente público.
A atual gestão de Itaporã, cujo prefeito Tiago Carbonara assumiu no dia 1º de janeiro, informou por meio de nota que não possui qualquer ligação com os contratos ou outros atos levantados na investigação. Frisou, ainda, que o pente-fino realizado no município se refere à gestão municipal de 2021 a 2024.
“A Prefeitura Municipal de Itaporã esclarece que a operação ‘Fake Cloud’, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), refere-se exclusivamente a procedimentos administrativos ocorridos durante a gestão municipal de 2021 a 2024, especificamente vinculados ao Processo Licitatório nº 183/2022, cuja vigência encerrou-se integralmente no referido período. A atual administração, sob a gestão do Prefeito Tiago Carbonaro desde 1º de janeiro de 2025, não possui qualquer vínculo, envolvimento ou responsabilidade sobre os contratos, atos ou decisões mencionados na investigação. Todos os fatos apurados antecedem completamente o atual mandato e não guardam qualquer relação com a presente gestão. Desse modo, reafirmando seu compromisso com a transparência, a legalidade e a ética na administração pública, a Prefeitura de Itaporã informa que permanece à disposição e em plena colaboração com os órgãos de controle e investigação, reforçando sua dedicação em conduzir uma gestão responsável, íntegra e voltada exclusivamente ao interesse público”, informou a prefeitura de Itaporã”.
