O programador de computador Gabriel Azuaga Barbosa, 29 anos, que já foi preso por tráfico de drogas, pode ser considerado uma das pessoas mais folgadas do mundo. Ele teve a cara de pau de solicitar à Justiça de Campo Grande autorização para cultivar cogumelos mágicos (Psilocybe cubensis) para consumo próprio sem o risco de ser preso pela Polícia.
No entanto, o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, negou o habeas corpus a Gabriel Barbosa, que já foi preso por tráfico de drogas pela produção de cogumelos alucinógenos na Capital.
O magistrado esclareceu ao jovem consumidor de cogumelos alucinógenos que não há autorização concedida pela Anvisa para o cultivo do produto e que também não existe prescrição médica de uso medicinal do fungo Psilocybe cubensis.
Além disso, conforme o juiz, Gabriel Barbosa não tem curso ministrado por associação e comprovada por certificado. Por fim, ele explicou que o laudo médico apresentado recomenda a utilização do cogumelo para pacientes com TDAH (Transtorno com Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas não estava prescrito para o uso do jovem.
Preso em fevereiro deste ano por tráfico de drogas, após ser flagrado com cultivo de cogumelos alucinógenos, o jovem tentou na Justiça o direito de plantar os cogumelos, a alegação é de que ele utilizava o produto para tratamento de TDAH.
Conforme o pedido feito na 6ª Vara Criminal Residual de Campo Grande, o homem tem relatório médico que recomenda o tratamento com cogumelos.
Ainda é relatado que tal cogumelo não entra na lista de plantas que podem originar substâncias entorpecentes ou psicotrópicas.
Tal substância é catalogada como entorpecente, pela Portaria nº 344 de 12 de maio de 1998, da Anvisa. Ainda na peça, a defesa pede salvo-conduto para que o paciente possa cultivar o fungo sem que sofra prisão em flagrante.
Ele e Heber da Silva Junior, de 19 anos, foram presos no dia 8 de fevereiro, com grande quantidade de cogumelos. Eles foram detidos na região do Tiradentes, mesmo bairro onde fica localizada a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
Assim, com denúncias feitas por testemunhas, os policiais chegaram até o laboratório do acusado. No local, foram apreendidos dois quilos de cogumelo, de diversas formas, até mesmo em cápsulas.
Apesar do flagrante, o suspeito alegou que o cogumelo é produzido e vendido para seitas, enquanto Heber Jr era ajudante, mas também foi preso. Ainda segundo a Polícia, o responsável pelo cultivo, além de produzir, também ministrava e vendia cursos sobre a produção de cogumelos.
Ele já tinha ao menos 400 alunos. Essa droga era vendida por encomenda, custando R$ 100 uma pequena porção. Também foram apreendidos computadores e celulares na residência.