Filho do goleiro Bruno e Eliza Samudio pede prisão perpétua para o pai. Uma tragédia sem fim!

O menino Bruno Samudio, 10 anos, o “Bruninho”, filho do goleiro Bruno com a modelo Eliza Samudio, que foi morta e esquartejada sob as ordens do atual atleta do Rio Branco Futebol Clube, pediu, no último domingo (09), na celebração do “Dia dos Pais”, a prisão perpétua para o pai ao comentar sobre a liberdade do jogador de futebol e a contratação dele por um time do Acre.

“No mínimo, ele deveria ficar em prisão perpétua, porque eu acho uma sacanagem tirar a vida de um ser humano. Não existe nenhum motivo que explique isso. Nenhum. Infelizmente ele é uma ameaça para a sociedade, e eu me sinto muito ameaçado com isso”, desabafou o menino em entrevista com site ContilNet.

Condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio, além do sequestro e cárcere privado do filho que teve com a modelo, Bruno obteve a progressão de pena e está em regime semiaberto desde julho de 2019. O atleta foi apresentado, no início deste mês, como novo goleiro do Rio Branco Futebol Clube e já treina com o elenco.

O contrato é de seis meses e prevê a disputa da série D do Brasileirão, da Copa Verde e do Campeonato Acreano. Desde que obteve a progressão de pena, Bruno já chegou a ser anunciado por outros clubes que, diante da repercussão negativa e da consequente pressão de patrocinadores, desistiram de sua contratação. É o caso de Poços de Caldas (MG), Operário (MT), Fluminense de Feira (BA) e Barbalha (CE).

O goleiro chegou a atuar em cinco partidas pelo Boa Esporte (MG) em 2017, mas o Supremo Tribunal Federal revogou seu habeas corpus e ele voltou à prisão. No Rio Branco, o goleiro chegou sem alarde, mas foi tietado por alguns torcedores do Flamengo no aeroporto. As redes sociais do clube foram tomadas principalmente de críticas, mas houve comentários elogiando e defendendo Bruno.

Uma rede de supermercados, até então o único patrocinador do clube na temporada, anunciou no fim do mês passado a suspensão do contrato em virtude da inclusão de Bruno e disse que não tem participação nas decisões do clube. Segundo a diretoria do Rio Branco, o apoio era restrito à alimentação dos times de base. O dono da rede, Adem Araújo, garantiu que o vínculo não foi encerrado e defendeu o goleiro.

“Suspensão, que não será definitiva. O presidente (Valdemar) Neto é um amigo e tem meu respeito. Não vejo motivo para tanta repercussão negativa. É um ser humano que merece uma segunda chance como qualquer outro, mas infelizmente, como nós somos comerciantes, a gente não pode ir contra a opinião pública”, disse, em entrevista ao GE.

Relembre o caso

Eliza tinha 25 anos e teve um filho com o atleta, após se relacionarem em 2009. Depois de conflitos por conta da gravidez e pedidos para que ela fizesse um aborto, Bruno foi denunciado por ela à polícia por agressão. No episódio relatado por Eliza, Bruno a teria obrigado a tomar pílulas abortivas e, depois, a agredido com tapas, enquanto amigos do goleiro que estavam portando armas ajudaram na ação.

Ela estava grávida de cinco meses na ocasião. Em junho de 2010, Eliza foi vítima de cárcere privado, estrangulamento e esquartejamento no sítio de Bruno em Minas Gerais. Em depoimento, o goleiro relatou que seus restos mortais foram jogados para cachorros.

Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado de Bruninho e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Esta última pena, porém, foi extinta após a Justiça entender que o crime prescreveu.

Atualmente, Bruninho mora com a avó materna, Sônia Moura, mãe de Eliza, no distrito de Anhanduí, no município de Campo Grande (MS). Em janeiro deste ano, durante entrevista à revista Época, Sônia Moura disse que tinha ficado “aliviada” depois do anúncio da desistência da direção do Operário-MT em assinar contrato com o goleiro Bruno. Os dirigentes do time alegaram que a decisão foi tomada após a perda de patrocínios e dos protestos.