Fala desastrosa de secretário de Administração do Estado dificulta negociação salarial com militares

carlosassis

Secretário de Administração, Carlos Assis

A fala raivosa e descabida acima é do secretário estadual de Administração, Carlos Alberto de Assis. Logo após dar essa entrevista ao jornalista Sérgio Cruz no programa Tribunal Livre da FM Capital na manhã dessa segunda-feira (23/05), a reação dos policiais militares foi imediata.  Se uniram e voltaram a acusar o governo de não estar disposto a negociar.

No vídeo abaixo representantes de várias patentes da PM conclamam a todos para começarem uma operação padrão por salário digno e mais condições de trabalho já a partir dessa quarta-feira, dia 24 de maio. Enquanto o secretário ataca um dirigente de entidade, o conjunto dos representantes se unem e pedem uma solução urgente sobre o caso.

 

Na outra ponta aparece o coronel Alirio Vilassanti, presidente da Associação dos Coronéis da PM que numa declaração recente disse que o atual governo não dá a devida atenção a Segurança Pública e que por isso não aceita mais falar com interlocutores, exige agora conversa direta com o Governador.

A situação pode piorar com a demora na resolução do aumento para a corporação.

Veja abaixo a nota das entidades

MILITARES ESTADUAIS EM ALERTA

Contra descaso do Governo, policiais e bombeiros militares realizarão movimento de alerta em todo o Estado.

Campo Grande (MS) – As Associações de classe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul vem a público manifestar a mais profunda insatisfação com a forma como vem sendo conduzidas as negociações salariais de nossas categorias pelo Governo do Estado.

Nossos policiais e bombeiros militares executam diariamente uma das mais difíceis e árduas atribuições do serviço público: proporcionar segurança e tranquilidade à sociedade, mesmo diante de todas as necessidades estruturais que enfrentam no dia a dia e com o risco da própria vida.

Nossos Policiais e Bombeiros lidam diariamente com as mais diversas necessidades, que vão desde as mais elementares, como a falta de material de escritório e de higiene, passando pela administração de quartéis sucateados e inadequados, até a falta de equipamentos de proteção individual.

São inúmeros coletes balísticos vencidos, viaturas sem manutenção adequada que constantemente quebram e muitas vezes precisam ser consertadas com apoio dos próprios policiais e de comerciantes locais, que preferem arcar com pequenos custos de consertos rápidos a deixá-las paradas por longo tempo aguardando a liberação dos recursos públicos .

Policiais Militares e Bombeiros do nosso Estado dão o próprio sangue se desdobrando em escalas de serviço severas e completamente exaustivas para que a sociedade não seja prejudicada com a ausência da força pública nas ruas.

Os Quartéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros só não fecham seus portões graças a excepcional capacidade de gestão administrativa e operacional de nossos Oficiais e graças a dedicação integral de nossos praças.

Conseguimos, mesmo com todas as dificuldades apresentadas, interromper a escalada crescente da criminalidade, fazendo com que o MS em 2015 ocupasse o segundo lugar no país, dentre os Estados com menor número de homicídios dolosos. A par disso, lamentavelmente, o Senhor Governador do Estado não vem reconhecendo os esforços desses bravos heróis e tão pouco o importante papel que exercem na Segurança Pública e o seu relevante papel social.

Bombeiros e Policiais Militares de MS estão sem reajuste salarial desde dezembro de 2014 e neste ano e até o presente momento o Governador sequer recebeu nossos representantes para a negociação salarial.

Seus interlocutores se resumiram a oferecer como proposta para nossas categorias o pagamento de um ilegal abono de R$ 200,00 (duzentos reais) “esquecendo-se” que a reposição do índice inflacionário é obrigação constitucional de todo Governante.

Seus assessores deveriam saber que abono não é aumento, muito menos reposição inflacionária. Constitucional é que todos os trabalhadores recebam anualmente pelo menos a reposição do índice inflacionário para que não haja o achatamento de seus vencimentos.

Não suportamos mais e não podemos mais ficar inertes diante do profundo desprezo demonstrado pelo senhor Governador com nossos Oficiais e Praças, em razão disso, no dia 24/05/2016, terça-feira, realizaremos um “Dia de Alerta” para o Governo do Estado, ou seja, em um período inicial de 12 horas, só atuaremos no exato limite de nossas atribuições preventivas e dentro das condições que nos são disponibilizadas pelo Estado.

Desta forma, viaturas que não estejam rigorosamente adequadas às normas legais vigentes e que só rodam por causa do voluntarismo de nossos profissionais, serão paradas. Nossos policiais e bombeiros militares não mais usarão coletes balísticos vencidos, expondo-se desnecessáriamente ao risco. Não atenderão demandas que não sejam claramente afetas à nossa missão constitucional.

Lamentamos profundamente que o Governo tenha deixado os fatos chegarem a esse extremo, mas precisamos zelar pelas condições de trabalho e pela qualidade de vida de nossos policiais e bombeiros militares que cuidam e protegem a sociedade sulmatogrossense mesmo com o risco da própria vida.

Esta não é uma ação que visa meramente a aplicação da correção inflacionária e reajuste salarial, mas um movimento que exige melhores condições de trabalho, equipamentos de proteção individual, reconhecimento e valorização profissional por parte do senhor Governador do Estado.

1. Associação dos Oficiais Militares Estaduais de MS – AOFMS
2. Associação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul – AOCBMMS.
3. Associação Beneficente dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais oriundos do quadro de Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Mato Grosso do Sul – ABSSMS.
4. Associação dos Subtenentes e Sargentos Bombeiros Militares do Estado do Mato Grosso do Sul – ASSBM/MS
5. Associação de Praças Bombeiro Militar – APBMMS
6. Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul- ASPRA.

 

 

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