Supermercados das redes Extra e Assaí, dois gigantes do setor no Brasil, estão agindo como empresas de fundo de quintal em Campo Grande (MS), dando “calote” nos direitos rescisórios de funcionários demitidos. Se a moda pega, o que vai dar de gente graúda do comércio deixando de pagar os direitos trabalhistas dos empregados não está escrito e, por isso, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) tem de ficar atento.
A denúncia foi feita ao Blog do Nélio pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG -, que está procurando intermediar as negociações com Extra e Assaí, mas, não tem conseguido respaldo junto às direções das empresas.
Os funcionários demitidos do Extra e Assaí, ambos em Campo Grande, denunciam os problemas com os sistemas de recursos humanos que estariam impedindo efetuar rescisões trabalhistas. Há casos de funcionários dispensados há quatro meses e até agora não receberam as verbas rescisórias nas duas empresas.
A funcionária Maria Aparecida de Oliveira, que trabalhava no Extra da Avenida Maracaju, procurou o sindicato para denunciar que, juntamente com outros empregados, foi dispensada no dia 14 de abril e que até hoje não deram baixa em sua carteira e não fizeram as devidas rescisões contratuais. “Não estou empregada nem desempregada, mas perdendo oportunidades de trabalho e o que é pior: não recebi nada com meu desligamento da empresa”, afirmou a funcionária que trabalhou por quatro anos no Extra da Maracaju.
A diretora do SECCG, Rubia Santana, está com alguns funcionários na porta do Extra Supermercado tentando conversar com a direção da empresa, já que os inúmeros e-mails enviados e telefonemas não deram resultado algum. “Soubemos apenas que tanto o Extra como o Assaí, que são do mesmo grupo, passaram a usar o programa ADP Expert, para as operações no RH, e que estaria dando problemas. Mas nada além disso nos disseram”, afirmou.
Rubia Santana informou que são 16 reclamações de funcionários do Assaí, que teriam sido dispensados, mas que não receberam seus direitos junto à empresa. A funcionária Maria Aparecida de Oliveira informou também que são várias pessoas nas mesmas condições no Extra.