Estudo da UFMS revela que Campo Grande tem déficit de quase 5 mil hectares de cobertura arbórea

Um estudo ambiental desenvolvido pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) revelou que Campo Grande tem déficit de quase 5 mil hectares de cobertura arbórea (4.901,43 mil) e que a Região Urbana do Bandeira a é que mais precisa de arborização.

Segundo o estudo, as razões deste fato estão ligadas aos aspectos históricos, à dinâmica de ocupação da cidade, legislação de parcelamentos, uso e ocupação do solo e às mudanças ao longo do tempo. Assim como a dinâmica de crescimento da cidade que também é desigual pelas regiões.

“As análises revelaram discrepâncias importantes no que tange ao atendimento e ao déficit de cobertura vegetal em geral e de cobertura densa. É necessário, em todas as regiões, ampliar o plantio para aumentar a área coberta por vegetação de porte arbóreo”, dizem os pesquisadores.

Em números absolutos, a região do Bandeira é a que necessita de mais área arborizada, 1.540,71 hectares, em segundo lugar aparece a região do Lagoa, com 905,44 hectares. O Anhanduí é o terceiro colocado do ranking, com 843,12 hectares, enquanto o Imbirussu aparece com 808,27, o Centro com 327,04 e o Segredo com 287,55.

Os números são referentes ao déficit arbóreo para que as regiões atinjam o ideal. Já em números proporcionais a área, o Prosa é a única em que o índice de cobertura arbórea ultrapassa o índice recomendado. Em sua área de 5.555,67 hectares, 33% são atendidos por vegetação arbórea.

O Plano define que a cidade precisa ter equidade e aplicar o conceito dos 30% de cobertura verde no bairro ou distrito. As regiões Lagoa e Centro apresentam as piores coberturas arbóreas do município, com 12% e 14%, respectivamente.

Bairros

O levantamento apontou que na região do Bandeira, os bairros Moreninhas precisam de 187,15 hectares para atingir a meta de 30% da superfície arborizada. Em seguida, o Rita Vieira, com 103,61, e o Tiradentes, com 95,75 hectares.

Na Lagoa, quem mais precisa de áreas arborizadas é o Taveirópolis, com 268,38 hectares. Na sequência, o Caiobá, com 170,20 hectares, e o São Conrado, com 123,50 hectares.

Já na região do Anhanduizinho, o líder é o Centro-Oeste, com 168,17 hectares, seguido pelo Los Angeles, com 145,05 hectares, e Aero Rancho, com 113,46 hectares.

Quanto ao Imbirussu, o Núcleo Industrial precisa de 477,98 hectares para atingir o ideal arbóreo, enquanto o Nova Campo Grande, necessita de 170,28 hectares. Na região do Segredo, o bairro com maior déficit é o Nova Lima, com 137,06 hectares, a Vila Nasser, com 99,61 hectares, e Coronel Antonino, com 83,59 hectares.

Outro lado

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) informou que houve um aumento no quantitativo estimado de árvores no sistema viário. Conforme a pasta, o inventário realizado em 2010 contabilizou 153.122 árvores, enquanto que na revisão realizada em 2023, teve uma estimativa de 175.000.

“O estudo realizado em 2023 estendeu a abordagem para além da presença de árvores em calçadas e avenidas e envolve toda a floresta urbana, identificando e mensurando por meio de imagens de satélite todas as coberturas verdes presentes na cidade, em domínio público ou privado, avaliando-se sua a ocorrência e vitalidade”, informou por meio de nota.

Segundo a Semadur, o engajamento da população é ponto fundamental para que a cidade seja mais arborizada. “Por exemplo, ainda há uma alta taxa de depredação de plantios realizados pela Prefeitura ou uma resistência de áreas comerciais em estabelecimento de arborização”.

O órgão também explicou que o Plano Diretor de Arborização Urbana está sendo revisto em discussão no Comea (Comitê de Meio Ambiente) e que após a manifestação será enviado para o CMMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente).