“Escobar Brasileiro”, Interpol alerta que major Carvalho tem plano de fuga de prisão na Europa

O ex-major PM Sérgio Roberto de Carvalho, mais conhecido como “Major Carvalho” e batizado de “Escobar Brasileiro” em referência ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar, teria um plano de fuga da prisão em que está desde maio de 2020 na Hungria.

Segundo a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), a possibilidade do Major Carvalho fugir da prisão do país é grande Detido em presídio na capital da Hungria, Budapeste, ele liderou por décadas o tráfico de cocaína que ligava a América do Sul à Europa, usando Portugal como porta de entrada para o “Velho Mundo”.ol

A revista confirmou com fonte da Interpol que Carvalho estaria disposto a “oferecer uma elevada quantia de dinheiro a quem se dispuser a colaborar e a participar num plano de fuga” e que as autoridades húngaras já teriam sido alertadas para esta possibilidade, assim como a Polícia Judiciária portuguesa.Major Carvalho está detido na penitenciária de Budapeste, depois de ter comunicado ao tribunal que não autoriza ser extraditado. A condição física do “Escobar Brasileiro” nos últimos meses tem dado sinais de maior fragilidade, tendo perdido quase 20 quilos e apresentando queixas físicas, com problemas oculares.

Apesar disso, as autoridades húngaras têm enfrentado com cautela uma eventual transferência do presidiário a alguma unidade hospitalar devido ao risco de fuga. Após desaparecer de Campo Grande em 2016 e iniciar o processo de logística internacional para o tráfico de drogas, Major Carvalho foi inserido na lista da Interpol em 2018.

O narcotraficante, que foi expulso da PM em março de 2018 e condenado a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, estava com um passaporte mexicano falso e era procurado pelas polícias do Brasil e da Europa. O ex-major PM ingressou na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no fim da década de 1980 como comandante do Batalhão Militar de Amambai, área de fronteira do Estado com o Paraguai.

Na década de 1990, ele já estava envolvido com atos ilícitos, como o contrabando de pneus, e, anos depois, foi pego contrabandeando uísque. Em 1997, Major Carvalho já transportava cocaína da Colômbia e da Bolívia até o interior de São Paulo. No mesmo ano, o ex-major PM foi transferido para a reserva remunerada da Polícia Militar. No ano seguinte, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de 237 quilos de cocaína.

Após um longo processo e perda de seu posto e patente, sua aposentadoria foi suspensa em 2010. No entanto, em 2016, conseguiu reaver na Justiça o benefício de R$ 9,5 mil mensais. Em 2019, o narcotraficante foi novamente condenado, desta vez a 15 anos e três meses de prisão, por usar laranjas em empresas de fachada para movimentar R$ 60 milhões.

O ex-policial militar também foi condenado, em 2008, a 15 anos de prisão por tráfico de drogas. No Brasil, o Porto de Paranaguá (PR) era o preferido da quadrilha de Major Carvalho para as remessas de drogas ao Velho Continente. No território europeu, os integrantes da organização criminosa escolhiam com maior frequência o Porto de Antuérpia, na Bélgica, e depois o de Roterdã, na Holanda.