Enquanto que na Capital é só blá..blá..blá…sobre a fronteira, a Senad avança contra traficantes

Enquanto em Campo Grande (MS) será realizado nesta quinta-feira (22) o 2º Fórum Permanente de Segurança na Fronteira, promovido pela Comissão de Segurança Pública (CSP) da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul) e ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), para discutir as condições de fragilidade das fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, em Zanja Pytã (PY) os agentes especiais da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) causaram prejuízo equivalente a US$ 750 mil ao narcotráfico na fronteira com o Mato Grosso do Sul.

O operativo foi desencadeado na manhã de quarta-feira (21) após os serviços de inteligência da Senad localizar uma área rural situada próximo à cidade paraguaia de Zanja Pytã utilizada pelo narcotráfico para o plantio de maconha. No local, os agentes especiais chegaram nas primeiras horas de quarta-feira e realizaram o corte oito hectares da droga com potencial para produzir 24 toneladas de maconha.

Ainda na área, os agentes encontraram 800 quilos de maconha picada, 350 quilos de semente da droga que se encontravam guardadas em oito acampamentos montados pelo narcotráfico na região para realizar o processamento da droga. Após o corte da plantação, ela foi incinerada juntamente com a carga de droga e os utensílios encontrados e, por ordem do promotor de Justiça Armando Cantero, foram apreendidas e encaminhadas à sede do Ministério Publico três motocicletas encontradas no local.

Reunião

Já em Campo Grande as autoridades discutem as condições de fragilidade das fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia por Mato Grosso do Sul. O objetivo do evento é debater a situação de fronteira e assuntos de interesse da segurança pública do Estado, além de promover a integração entre as forças de segurança, sociedade civil e entidades da área, na busca de soluções aos problemas existentes. Hoje, Mato Grosso do Sul é apontado como porta de entrada do tráfico de drogas e armas, além do contrabando, que segue para os grandes centros brasileiros.

Durante o fórum, serão realizados cinco painéis. Entre os convidados estarão representantes do Ministério da Justiça e coordenador-geral de Fronteiras, Eduardo Maia Bettine, e Mário Robson, que é coordenador do Arco Central da Coordenação Geral de Fronteiras e policial federal. Além deles, participarão do

debate o ministro de Fronteiras de Portugal, Carlos Alberto Matos Moreira; ministro Arnaldo Giussio, da Secretaria Antidro gas do Paraguai; consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), general Carlos Alberto dos Santos Cruz; superintendente regional da Polícia Federal, Cléo Matusiak Mazzotti; superintendente-regional da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Alexandre Gomes da Silva; e o delegado da Receita Federal em MS, Edson Ishikawa.

A presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB, Cláudia Paniago, destacou que o fórum se destina a discutir temas importantes para a segurança pública em Mato Grosso do Sul, especialmente na faixa de fronteira. “Busca trazer novas perspectivas para a situação, com foco em soluções, notadamente aquelas relacionadas à inteligência e ao desenvolvimento. Além disso, visa partilhar experiências com a participação de autoridades de Portugal e do Paraguai”, disse.

A vice-presidente da Comis são, Isabela Saldanha, ressaltou que “é impossível resolver o problema de segurança pública no Brasil sem considerar a nossa fronteira”. Por isso a importância do evento. De acordo com o presidente da Associação Comercial, João Carlos Polidoro, problemas das fronteiras de MS afetam todo o País e medidas de combate são imprescindíveis. “É necessário que façamos nossa contribuição, imediatamente, na busca de soluções para essa situação. Assim como toda a sociedade, os setores de comércio, indústria e serviços sofrem com a criminalidade, o contrabando e o descaminho. Portanto, para combater os problemas de segurança na fronteira e mitigá-los ao máximo, estamos realizando esse fórum para debater nacionalmente essa questão”, afirmou.