Na última oitiva da terceira fase de investigações da CPI do Ônibus, criada pela Câmara Municipal de Campo Grande para investigar o transporte coletivo urbano do município, o atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, disse que somente a repactuação do contrato do serviço poderá solucionar os inúmeros problemas.
No comando do consórcio desde janeiro de 2025, Themis de Oliveira afirmou que é necessário construir um novo acordo com o município, envolvendo a Câmara e o Ministério Público. “É minha função e vontade dos acionistas sentar na mesa para achar um caminho e entrar em acordo com o município. Seria importante a Câmara e o Ministério Público estarem nesse acordo. É preciso fazer um grande pacto para resolver essa questão”, declarou.
Durante a oitiva, ele foi direto ao apontar que o Consórcio Guaicurus não tem condições financeiras para renovar a frota de ônibus sem a participação do Poder Público. “Não é possível renovar a frota sem o Poder Público, que é a contraparte e tem obrigações com o consórcio. Para renovar a frota precisaria de um financiamento de R$ 170 milhões. Qualquer banco que olhar nosso balanço vai ver que temos problemas sem os aportes da Prefeitura”, afirmou.
Themis de Oliveira também destacou a defasagem entre a expectativa de demanda projetada na época da licitação do contrato, em 2012, e a realidade atual do sistema. Segundo ele, a previsão era de que o transporte coletivo da Capital alcançasse 85 milhões de passageiros anuais em 2024, mas o número registrado no ano passado foi menos da metade: 40 milhões.
“Perdemos passageiros ao longo dos anos. Somos cumpridores de ordens de serviço. Todas as ordens de serviço de itinerário que a Agetran manda nós cumprimos”, disse o diretor do Consórcio Guaicurus.
Havia a expectativa da realização de oitiva do sócio-proprietário do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino, mas ele apresentou atestado médico e não compareceu à Casa de Leis. Com a fala de Themis, a CPI concluiu a atual fase de oitivas.
Na próxima quarta-feira (25), será realizada Audiência Pública no plenário Oliva Enciso, a partir das 13h, quando os usuários do transporte público da Capital poderão contribuir com suas declarações para a Comissão Parlamentar de Inquérito.