Em 4 anos, 6 dos 8 deputados federais de MS ficaram mais ricos na Câmara Federal. Isso pode…?

Em quatro anos na Câmara Federal, seis dos oito parlamentares de Mato Grosso do Sul tiveram evolução patrimonial durante o mandato em Brasília (DF), conforme constam nas declarações entregues à Justiça Eleitoral e analisadas pelo site O Jacaré. O maior destaque é o deputado federal Vander Loubet (PT/MS), que teve aumento de 1.022% no patrimônio.

O petista declarou R$ 4,172 milhões neste ano, contra R$ 371,7 mil em 2018. Loubet ficou R$ 3,8 milhões mais rico em quatro anos – ganho de R$ 950 mil por ano. Ele era réu na Operação Lava Jato e foi acusado de receber propina de R$ 1 milhão em esquema que supostamente envolvia o ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PTB).

Em agosto de 2020, o petista foi absolvido por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e ficou livre de qualquer processo por corrupção. Quando foi candidato a prefeito de Campo Grande em 2004, ele não tinha nenhum bem. Dois anos depois, em 2006, ele declarou ter R$ 681,5 mil.

Em 2012, o petista já estava na lista dos milionários ao declarar R$ 1,113 milhão. Em 2018, a fortuna minguou e caiu para R$ 371,7 mil. Neste ano, Vander informou que o patrimônio se multiplicou por 10 e chegou a R$ 4,172 milhões. Confira a evolução patrimonial de Vander: 2004 – sem bens; 2006 – R$ 681.509,94; 2010 – R$ 595.823,29; 2014 – R$ 1.092.529,13.

Já o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB/MS) teve aumento de 90% no patrimônio em quatro anos, saltando de R$ 3,093 milhões em 2018 para R$ 5,880 milhões neste ano. Ele tinha R$ 1,7 milhão em 2014. Um dos históricos do PDT, partido que trocou na esperança de garantir a reeleição por causa do quociente eleitoral, Dagoberto chegou a declarar R$ 2,8 milhões em 2010.

Ele também foi um político que não tinha nada quando começou na política, conforme o declarado em 2004, quando foi candidato a prefeito da Capital. Confira a evolução patrimonial de Dagoberto Nogueira: 2004 – sem bens; 2006 – R$ 1.381.414,97; 2010 – R$ 2.840.511,00; 2014 – R$ 2.712.509,62; 2018 – R$ 3.093.645,23; 2022 – R$ 5.880.637,39.

A evolução patrimonial do deputado federal Loester Trutis (PL/MS) foi de 218% em quatro anos, mas o patrimônio de Tio Trutis é modesto, passou de R$ 48 mil em 2020 para R$ 153 mil neste ano. Em 2018, quando disputou uma eleição pela primeira vez, o empresário famoso pelo bacon informou não ter nenhum bem. Confira a evolução patrimonial de Loester Trutis: 2018 – sem bens; 2022 – R$ 153.150,00.

O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP/MS) teve aumento de 76% no patrimônio em quatro anos, de R$ 489,2 mil para R$ 861,2 mil. No primeiro mandato de deputado, ele vem disputando eleição desde 2004, quando concorreu ao cargo de vereador e declarou não ter nenhum bem. Dr. Ovando só passou a possuir bens em 2008, quando declarou R$ 330,3 mil. Confira a evolução patrimonial de Dr. Luiz Ovando: 2004 – sem bens; 2008 – R$ 330.315,93; 2014 – R$ 459.352,26; 2018 – R$ 489.262,25; 2022 – R$ 861.269,42.

Ex-presidente da OAB/MS e advogado, Fábio Trad teve evolução de 39% no patrimônio em quatro anos, de R$ 1,696 milhão, em 2018, para R$ 2,363 milhões neste ano. Em 2014, ele tinha declarado R$ 1,011 milhão, pouco acima dos R$ 932,8 mil informados em 2010, quando disputou a eleição pela primeira vez. Confira a evolução patrimonial de Fábio Trad: 2010 – R$ 932.834,85; 2014 – R$ 1.011.914,88; 2018 – R$ 1.696.699,51; 2022 – R$ 2.363.367,45.

A ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), teve evolução de 10% em quatro anos, de R$ 5,160 milhões para R$ 5,677 milhões. O salto meteórico na fortuna da progressista ocorreu entre 2014 e 2018, quando passou de R$ 10.360,98 para R$ 5,160 milhões. Em 2004, quando disputou o cargo de prefeita de Terenos, ela não tinha bens. Confira a evolução patrimonial de Tereza Cristina: 2004 – sem bens; 2014 – R$ 10.360,98; 2018 – R$ 5.160.215,36; 2022 – R$ 5.677.998,97.