As lambanças ao lado do marido, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, não foram suficientes para inibir o “sonho dourado” de Andreia Olarte de tentar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições deste ano. Mesmo tendo retiradas somente em dezembro do ano passado as tornozeleiras eletrônicas dela e do marido depois de um ano e três meses, a ex-primeira dama lançou-se candidata à deputada federal e, na maior cara de pau, tem um slogan para lá de equivocado: “mulher de fé e ação”.
Seria cômico, se não fosse trágico. Afinal, a candidata à deputada federal pelo MDB foi alvo, ao lado do marido, da “Operação Pecúnia”, sendo que ambos acabaram presos no dia 15 de agosto de 2016. A investigação começou após dados obtidos com a quebra de sigilo bancário da ex-primeira-dama, assim como de sua empresa (Casa da Esteticista), apontarem que ela teria adquirido vários imóveis na Capital, na época em que o marido era prefeito – de março de 2014 a agosto de 2015.
A força-tarefa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) apurou os crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa. O casal comprou ao menos dez imóveis em um ano e começou a construção de casa orçada em R$ 1,3 milhão no residencial Damha 2, em Campo Grande (MS).
Foi o juiz Roberto Ferreira Filho que determinou no dia 27 de setembro de 2016 a soltura de Olarte e Adreia, substituindo as prisões preventivas por medidas cautelares, no caso, o uso de tornozeleiras eletrônicas. De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), entre os anos 2014 e 2015, enquanto Gilmar ocupava o cargo de prefeito, “sua esposa adquiriu vários imóveis na capital, alguns em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias, fazendo o pagamento ora em dinheiro vivo, ora utilizando-se de transferências bancárias e depósitos, os quais, a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.
Tanto Andréia quanto Gilmar ficaram mais de um mês presos e deixaram o presídio após pagar finança no valor de R$ 30 mil. De acordo com o MPE, Andréia e Gilmar contaram com a ajuda de Ivamil Rodrigues de Almeida, “corretor de imóveis e braço direito do casal nas aquisições imobiliárias fraudulentas” e Evandro Simões Farinelli, “pessoa que cedia o nome para que as aquisições fossem feitas em nome de Andreia Olarte”.
Mesmo assim, ela resolveu encarar a avaliação do eleitor e espera, mais uma vez, enganá-lo. Será que vai conseguir? Com a palavra, o senhor eleitor!