E agora Bernal? STF nega pedido e acaba com sonho de ex-prefeito ser deputado federal. Ainda bem!

Após sucessivas derrotas na Justiça de Mato Grosso do Sul, agora o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), também está tendo de colecionar resultados negativos nas instâncias superiores. O STF (Supremo Tribunal Federal) negou seguimento do recurso extraordinário de Bernal e arquivou sem analisar o pedido para suspender a inelegibilidade decretada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Com a decisão, a corte frustra o sonho de o progressista assumir a vaga de deputado federal. A decisão do ministro Roberto Barroso foi publicada no sábado (16) e traz alívio para a ex-primeira-dama de Corumbá, Bia Cavassa (PSDB). Segunda suplente da coligação, a tucana assumiu o mandato graças a licença dos titulares Tereza Cristina (DEM), que assumiu o comando do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e de Geraldo Resende (PSDB), que é o atual secretário estadual de Saúde.

Bernal obteve 46.734 votos, que foram anulados graças à cassação do registro na véspera do primeiro turno pelo TSE. A Justiça Eleitoral o considerou inelegível porque ele teve o mandato cassado pela Câmara Municipal em março de 2014. Apesar dele ter retornado à prefeitura e concluído o mandato em agosto de 2015, o decreto da cassação acabou validado pelo Tribunal de Justiça no ano passado.

Como o TSE considerou que a cassação não tirava seus direitos políticos em 2014 – quando disputou o Senado e ficou em terceiro lugar na disputa, Bernal estava tranquilo com a polêmica envolvendo o registro da sua candidatura. Só que a justiça é brasileira e a situação mudou em quatro anos. O Tribunal Regional Eleitoral manteve o registro, mas o TSE o cassou por cinco votos a dois no dia 4 de outubro de 2018.

Mesmo com a candidatura cassada, Bernal obteve 46,7 mil votos e foi o 9º mais votado, superando o resultado de Dagoberto Nogueira (PDT), reeleito com 40.233 votos. Como seus votos foram anulados, Bia Cavassa, que obteve 17.834 votos e ficou em 15º lugar, assumiu a vaga. Na esperança de ocupar a vaga da corumbaense, Bernal entrou com recurso extraordinária no STF para suspender a decisão da Justiça Eleitoral.

Curiosamente, o ministro Luís Roberto Barroso despachou no sábado, conforme publicação no site da corte, e não reconheceu o pedido do ex-prefeito. Com a decisão, ele arquivou definitivamente o processo sem analisar o requerimento de efeito suspensivo da decisão. O advogado do candidato, Wilton Edgar Acosta, informou que ainda cabe agravo contra a decisão. “Ainda há recurso”, garantiu.