O promotor de Justiça René Fernández revela que o doleiro brasileiro Dario Messer, que está foragido da Justiça do Brasil e do Paraguai pelo crime de lavagem de dinheiro, recebeu, por meio do BNF (Banco Nacional de Fomento do Paraguai), mais de US$ 50 milhões “investidos” no país vizinho.
“Temos muita informação que estávamos coletando, acima de tudo patrimonial. Estamos falando de US$ 50 milhões que vieram através das contas do Banco Nacional de Fomento (BNF) e que foram aplicados na aquisição de imóveis, estadias, veículos, investimentos em ações, etc. Existem várias empresas envolvidas”, explicou Fernandez.
Ele nega que haja “corpo mole” por parte do MP (Ministério Público) em relação à busca pelo doleiro fugitivo há mais de três meses. “Eu não sei o que querem dizer com corpo mole. Não sei se é no caso da Polícia Nacional. Nós iniciamos uma investigação criminal e, 48 horas após a investigação, foram emitidos mandados de prisão contra os principais investigados”, acrescentou.
Nem o Ministério Público tem pistas sobre onde está Messer. “Temos dados migratórios do Paraguai e dos países vizinhos. Nossas fronteiras são permeáveis (…) não tenho elementos para afirmar essa situação (que é protegida pelas autoridades)”, respondeu.
A única ligação entre a Messer e o ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, da qual Fernandez falou é a compra feita pelo fugitivo de títulos do Tesouro Nacional por meio do banco BASA, de propriedade do ex-presidente da República.
A Messer está sendo procurada pela Justiça brasileira por lavagem de dinheiro de cerca de US$ 1,65 bilhão desde 3 de maio. Também tem um mandado de prisão – também para lavagem de dinheiro – no Paraguai. Em caso de ser preso, ele seria expulso para ser julgado no Brasil.
O “irmão espiritual” de Horacio Cartes é sindicado como o líder de uma megaestrutura de lavagem de dinheiro ligada ao caso Lava Jato no Brasil. No entanto, Messer foi localizado e, aparentemente, operando a partir de nosso país, onde ele tem um número de empresas, propriedades e contas.