O uso de sinalizadores por um DJ da Boate 1.054, em Corumbá (MS), gerou muita fumaça na madrugada de ontem (26), resultando na internação e observação de oito jovens no pronto-socorro da cidade. O show pirotécnico provocou ainda desespero no público, que saiu correndo e teve até quem desmaiou.
O empresário Luiz Martins, dono da boate, disse que o espaço foi alugado para uma produtora de eventos e que não sabia que haveria uso de sinalizadores. O Corpo de Bombeiros informou que não chegou a ser acionado para ocorrência de princípio de incêndio ou pânico.
Apenas ocorreu o acionamento da Unidade de Resgate, às 00h58, para atender paciente de crise asmática. Conforme o 3° Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar, o local não está autorizado a ter show pirotécnico e pode funcionar com capacidade máxima de 1.385 pessoas.
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, são vários os fatores que podem interferir em um princípio de incêndio, mas os dois principais são o tipo de chama do artefato pirotécnico (quente ou fria) e também o tipo do revestimento do local. A boate foi notificada, multada em R$ 47,3 mil e interditada até a correção das medidas de segurança.
A cena de desespero relembra o caso da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No dia 27 de janeiro de 2013, mais de 200 pessoas morreram por terem sido utilizados artefatos pirotécnicos que, em contato com o isolamento acústico, provocaram o incêndio.
O uso de sinalizadores dentro da boate de Corumbá não é novidade. Postagem nas redes sociais revelam pessoas com medo das faíscas. No dia 29 de janeiro de 2023, uma jovem fez a seguinte publicação:
“Aquele dia na Black que soltaram faíscas lá dentro da 1.054, na mesma hora lembrei da Boate Kiss. A partir de agora não vou mais em festa naquela 1.054 se for para ser assim”, comentou. Em outro comentário no dia 9 de fevereiro, uma jovem diz que depois que assistiu a Boate Kiss fica imaginando o pior.