Delação premiada do “doleiro dos doleiros” já começa a fazer água com fatos já prescritos

A delação premiada do doleiro brasileiro Dario Messer mal foi homologada e já faz água. Investigadores devem arquivar anexos sem provas ou que tratam de crimes prescritos, caso da acusação contra a Globo.

Quem conhece o acordo afirma que há outros problemas complicados no acerto com o MPF (Ministério Público Federal). Boa parte do dinheiro da multa de R$ 1 bilhão que o “doleiro dos doleiros”, como é mais conhecido, se dispõe a devolver já está na posse do Estado ou está no Paraguai.

As revelações de Dario Messer pouco avançam no que já foi contado em outras delações dos doleiros que operavam para ele. O “doleiro dos doleiros”, aliás, gasta mais de 20 páginas da delação com histórias dos anos 80 e 90 e crimes que “acha” e que “talvez” aconteceram.

Num trecho sobre Horácio Cartes, o ex-presidente do Paraguai, Dario Messer diz que “já ouviu dizer” que o político tem 60% do mercado paraguaio de cigarro, sendo que já é sabido pelas autoridades brasileiras que a empresa Tabesa (Tabacalera del Este S/A) é a fornecedora de 70% a 80% das principais marcas de cigarro vendido ilegalmente no Brasil.

A fábrica é de propriedade de Horacio Cartes, a empresa domina a produção do cigarro contrabandeado para as grandes cidades brasileiras. Há outras inutilidades, tais como que Dario Messer chegou a solicitar a Horacio Cartes o posto de cônsul–honorário de Israel no Paraguai, contudo o pedido não se concretizou.