De olho nos eleitores de Bolsonaro, deputado Catan propõe zerar ICMS sobre armas. E o povo, nada!

O deputado estadual João Henrique Catan (PL), que ganhou projeção negativa ao participar de sessão remota da Assembleia Legislativa disparado uma arma em um estande de tiros de Campo Grande (MS), voltou a chamar a atenção de forma negativa.

Segundo o site O Jacaré, de olho nos votos do presidente Jair Bolsonaro para ser reeleito deputado estadual nas eleições deste ano, João Catan apresentou projeto de lei para zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre armas de fogo no Estado.

De acordo com a justificativa do “nobre” parlamentar, a carga tributária da arma chega a 70% no País e precisa ser reduzida para permitir que mais pessoas possam comprar pistolas, revólveres, espingardas e fuzis para se protegerem.

Para o colega de Assembleia Legislativa, deputado estadual Pedro Kemp (PT), a proposta do parlamentar é uma afronta ao ser apresentada no atual momento da realidade brasileira em que as famílias voltaram a viver o fantasma da fome. “Queria perguntar para o deputado se ele está preocupado com o preço dos alimentos”, cutucou o petista.

Segundo João Catan, a isenção é importante, pois o custo para aquisição de uma arma de fogo é bastante elevado por conta do ICMS. “Diante dessa barreira, a isenção do imposto será um grande avanço para os caçadores, atiradores e colecionadores, devidamente registrados nos órgãos competentes e por integrantes das forças de segurança pública estadual, ativos e inativos, desde que disponham de autorização legal para posse e porte”, justificou-se.

“Aqui estamos falando de segurança e de atividade desportiva também. Sobretudo, sobre liberdade, liberdade de, após preencher todos os pré-requisitos, estas pessoas possam portar uma arma para se defender, à sua família e propriedade. Segundo o Movimento Proarmas, 70% do valor de uma arma é de imposto e este projeto pretende acabar com isso”, destacou o deputado estadual.

Pela proposta do deputado, caso seja aprovada pelo legislativo, policiais, bombeiros e os CACs integrantes da segurança pública poderão ser contemplados com a isenção do tributo. “Ficam isentas do ICMS as operações internas decorrentes de aquisição de armas de fogo, suas partes, peças, acessórios e munições por caçadores, atiradores e colecionadores, devidamente registrados nos órgãos competentes e por integrantes das forças de segurança pública estadual, ativos e inativos, desde que disponham de autorização legal para posse e porte”, pontuou.

A proposta do deputado só contempla um seleto grupo que possui o registro de arma de fogo, composto por 24.645 pessoas em Mato Grosso do Sul, segundo o Anuário da Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com a posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é a favor da venda de armas para a população, o número de registros dobrou no Estado, já que eram 12.023 registrados em 2017.

A posse de arma também vem aumentando a cada ano. Entre 2003 e 2013, o número de armas legais registradas por ano oscilava entre 73 e 814. O número disparou no ano passado, quando foram registradas 8.352 armas de fogo, contra 2.853 em 2020 e 1.584 em 2019. Em 2018, foram 1.222 unidades registradas em Mato Grosso do Sul.