Com estupro, padrasto pode ter infectado Sophia com doença sexualmente transmissível

A pequena Sophia de Jesus Ocampos, de 2 anos, que foi estuprada e morta pelo padrasto Christian Campoçano Leitheim, 25 anos, com a conivência da própria mãe, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, pode ter sido contaminada por doença sexualmente transmissível.

 

Segundo a advogada Janice Andrade, que defende o pai de Sophia Ocampos, Jean Carlos Ocampos, o exame necroscópico apontou que a menina apresentava sinais claros de abuso sexual. Entre os sinais das agressões sexuais sofridas pelo padrasto que a criança apresentava estão ferimentos nas partes íntimas decorrentes de infecção sexualmente transmissível (IST), supostamente consequentes dos estupros.

 

Conforme o relatado pela advogada, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul solicitou a coleta de material genético do padrasto para comprovar se ele é o autor dos abusos ou se houve participação de outras pessoas. A advogada explicou que, de acordo com vizinhos, a casa onde a vítima morava era movimentada, sempre com pessoas, principalmente homens, entrando e saindo da residência.

 

Dessa forma, Janice destacou que os episódios de abuso sexual da criança precisam ser investigados com profundidade. Janice ainda afirmou que não duvida que a menina era abusada por outras pessoas dado o grau de agressões a qual ela era submetida diariamente, com espancamentos, chutes, ficando até desidratada e sem comida por dias.

 

Como parte das investigações, a polícia apreendeu os celulares do casal e o CPU de um computador que estava na residência. Conforme a advogada, será apurado se há materiais como fotos pornográficas infantis ou se Christian fazia parte de uma rede de exploração sexual infantil, já que ele apagou todo o histórico do computador, inclusive para sumir com provas dos maus-tratos.

 

“As agressões eram relatadas por mensagens entre o padrasto e a genitora, inclusive dois dias antes dela ir para o UPA [Unidade de Pronto Atendimento], o Christian mandou mensagem para ela falando ‘dei uma surra na Sophia e a cabeça dela tá com um galo e a boca machucada”, afirmou.

 

Ainda não há previsão para que o laudo pericial seja concluído e confirme a participação de Christian nos abusos, mas, a advogada garante que o material genético já foi recolhido e está em análise. Janice também acrescenta que, embora o laudo necroscópico divulgado no começo desta semana tenha apontado que os sinais de abuso não eram de algo que tinha acontecido recentemente, as feridas comprovam que era algo que acontecia com frequência e que a última vez não teria sido há muitos dias antes da morte da menina.

 

Quando a mãe de Sophia. Stephanie de Jesus da Silva, prestou os primeiros esclarecimentos à polícia após chegar com a criança já sem vida ao UPA do Bairro Coronel Antonino, ela disse que desconfiava de que seu namorado abusava sexualmente de sua filha, mas não o denunciou por medo, já que ele a ameaçava alegando que ele tiraria a guarda de seu outro filho, que tem um ano de idade.

 

Ainda não foram divulgadas informações do conteúdo encontrado no CPU do computador apreendido, mas, de acordo com o que foi verificado nos celulares de ambos, no dia da morte de Sophia o casal trocou mensagens para combinar a versão que dariam quando fossem questionados pela morte da criança.