Com as mortes de três homens em Bataguassu e Dourados nesta semana durante confrontos com a Polícia, o ano de 2024 chegou a 70 óbitos em Mato Grosso do Sul e empatou com o ano de 2019, sendo o 2º maior índice da série histórica criada pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) em 2014.
O 1º lugar continua com o ano de 2023, quando 131 pessoas morreram durante confrontos com as forças de segurança de Mato Grosso do Sul, entretanto, como o ano ainda não terminou, 2024 pode ficar sozinho com o 2º lugar, mas dificilmente tirará a primeira colocação do ano passado, pois seriam necessárias quase o dobro de mortes.
Segundo a Sejusp, os 70 mortos deste ano foram no período de 1º de janeiro a 20 de novembro. Assim como nos anos anteriores, em 2024 os homens representam a maior parte dos mortos pela Polícia: foram 62 pessoas, número que representa 88,5% do total registrado, enquanto apenas uma mulher está lista, já que os outros sete não tiveram o sexo especificado.
Quanto à idade, mais da metade dos mortos (52,8%) é de jovens de 18 a 29 anos, seguidos por adultos de 30 a 59 anos, que representam 31,4% do índice. Os adolescentes representam 5,7% do índice e sete casos não especificaram idade, representando 10%.
A maioria dos óbitos aconteceu em Campo Grande (36), enquanto nas cidades do interior do Estado foram registrados 34, sendo 19 na faixa de fronteira. Em menos de 12 horas, dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia. O primeiro caso aconteceu durante a tarde e o segundo na noite de terça-feira (19).
Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência.
Em Dourados, um homem de 33 anos morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG). Conforme apurado pela mídia local, ele estava sendo monitorado pela polícia suspeito de ameaçar uma família devido a uma dívida.
Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia onde estava detido, localizada em Dourados.