Colegas de cela espancam monstro que matou ex-mulher e filha bebê e depois queimou os corpos

João Augusto Borges e o local onde teria queimado os corpos

Os colegas de cela resolveram fazer justiça com as próprias mãos e deram uma surra ontem (28) em João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, que está preso por matar a ex-mulher Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e a própria filha, Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses de vida, e depois queimar os corpos.

Ele está detido na DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) desde o flagrante e aguarda por audiência de custódia marcada para esta quinta-feira (29).

João de Almeida teria sido agredido pelos colegas de cela, que não teriam aceitado o crime cometido pelo rapaz. Após a agressão, ele foi isolado e segue no aguardo da decisão judicial que será proferida em audiência de custódia.

Caso a prisão preventiva dele seja decretada na audiência, o assassino confesso deve ser encaminhado para o presídio da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

Em depoimento prestado à Polícia Civil, João de Almeida falou sobre o começo do namoro entre ele e Vanessa, quando se conheceram em um aplicativo de relacionamento e passaram a morar juntos dois meses do encontro entre ambos.

Quando questionado sobre como era o relacionamento, João disse que era conturbado, que havia muitas brigas, discussões, que era ciumento e Vanessa Medeiros não aceitava os pedidos de mudança de comportamento.

Quando ela ficou grávida, ele disse ter aceitado a gravidez, mas, depois que Sophie nasceu, revelou que passou a ter raiva da filha. “Se eu não tivesse matado ela [Sophie], eu teria doado”, revelou.

Apesar de não estar sob efeito de nenhuma droga, João de Almeida não demonstrou remorso algum pelos crimes. Ele ainda falou que Vanessa de Medeiros queria se separar logo após que a bebê nasceu, mas ele não aceitava o fim, já que temia que a pensão a ser paga pudesse ter um valor muito alto.

“Ela [Vanessa] disse que ia embora com a pequena e que ia fazer a Sophie me odiar e que, se alguma coisa acontecesse com ela, a bebê ficaria com minha cunhada”, disse João de Almeida.

O relato dele fez até policiais mais experientes ficarem perplexos com a frieza do rapaz ao contar os detalhes de como matou a esposa e a filha e depois colocou fogo nos corpos das vítimas.

O delegado de Polícia Civil Rodolfo Daltro disse que o autor contou em detalhes sobre os últimos momentos de Sophie. Ele relatou que a filha estava no quarto com brinquedos em cima da cama, quando ele entrou e a bebê sorriu para ele.

Sem remorso nenhum, o autor pegou a filha pelo pescoço e a asfixiou, matando a criança. Os crimes foram cometidos no horário de almoço do rapaz, que trabalhava em uma distribuidora de bebidas.

Após a Polícia tomar conhecimento do crime, o delegado revelou que testemunhas prestaram depoimento na delegacia. À Polícia, as testemunhas relataram que o suspeito já estava com a ‘ideia’ de cometer o crime há cerca de dois meses, mas ninguém acreditava.

“Nós encontramos uma testemunha hoje que nos relatou que há cerca de dois meses ele disse: ‘Eu vou matar a minha mulher e minha filha’. Ele pediu para essa pessoa [explicar] se sabia como usar os nós para prender os pés e as mãos dela, porque pretendia matar as duas. Já naquele período ele pretendia queimar os corpos. Segundo as testemunhas, era tão absurdo o que ele falava, que as testemunhas não ‘botavam fé’”, contou o delegado da DHPP.

Também, foram mostradas algumas mensagens, em que o suspeito diz para as testemunhas que precisa carbonizar o corpo das duas o mais rápido possível. “Ele falou ‘eu tenho que queimar logo os corpos porque eles vão começar a feder’”, detalhou Daltro.

Mesmo com o crime já planejado, o suspeito aparentava ser um pai amoroso nas redes sociais. Ele se identificava como ‘pai da Sophie’ em sua biografia e compartilhava fotos com a filha e esposa, sendo que a última publicação com Vanessa e a filha foi feita no dia 10 de fevereiro.