Pela 3ª vez o Órgão Especial do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) adiou o julgamento do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, afastado por peculato e corrupção passiva da 5ª Vara da Família e Sucessões de Campo Grande e denunciado por venda de sentenças. De acordo com o site Campo Grande News, o motivo agora foi devido a um novo pedido de vistas de um dos membros do Órgão Especial do TJMS.
Como o processo tramita em sigilo absoluto, nem o nome do desembargador que pediu mais prazo para analisar o processo aparece no sistema online de consulta da pauta do Órgão Especial do TJMS. A ação envolvendo o juiz era o primeiro processo pautado para julgamento no Órgão Especial, que se reuniu ontem (1º). De 26 ações, os magistrados julgaram 23. A data do novo julgamento ainda não foi definida.
Denunciado por corrupção, Aldo Ferreira da Silva Júnior usava laranjas para esconder a receita de suas transações, do controle do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), conforme o MPE (Ministério Público Estadual). Das três denúncias levadas pela PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) contra o magistrado, duas foram aceitas pelo Órgão Especial.
Desta forma, o juiz tornou-se réu e vai responder por lavagem de dinheiro (denúncia aceita em 7 de julho), além de peculato (subtração ou desvio de dinheiro público), supressão de documento, falsidade ideológica e corrupção passiva (denúncia sobre precatórios feita pelo Judiciário).
Ao todo, a terceira denúncia, ainda pendente de julgamento, tem 16 alvos. Na lista, aparecem o juiz, a esposa Emmanuelle Alves Ferreira da Silva (advogada), Jesus Silva Dias (já réu em outra ação), mais sete advogados, psicóloga e pecuaristas.
Para o MPE, todos devem responder por corrupção. A denúncia também pede a perda do cargo do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, perda de R$ 5,4 milhões do produto da corrupção e pagamento de indenização de R$ 24,2 milhões por danos morais à sociedade.