Celulares de pistoleiro são “tesouros” para a polícia e seu corpo continua ainda “abandonado” no RN

Os investigadores da “Operação Omertà”, desenvolvida desde setembro de 2019 em Mato Grosso do Sul contra grupo de milícia responsável por várias execuções em Campo Grande (MS), querem os celulares encontrados com o pistoleiro José Moreira Freires, o “Zezinho”, que foi morto durante confronto com a Polícia na segunda-feira (14) em Lagoa de Pedras (RN), e acreditam que nele pode haver pistas para desvendarem o por que ele estaria em Mossoró.

A o corpo do bandido continua no Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia) e depois de todos os procedimentos necroscópicos ele está liberado mas nenhum parente apareceu para tanto.

A informação obtida pela reportagem junto ao instituto de medicina legal é que o corpo havia sido identificado formalmente e está liberado, mas nenhum familiar se apresentou para os procedimentos necessários. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

A equipe da Deicor (Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado) apreendeu os dois aparelhos com o pistoleiro, que agia em Mato Grosso do Sul sob ordens da família Name, cujo patriarca, Jamil Name, 83 anos, e o filho dele, Jamil Name Filho, 42 anos, já estão presos no Presídio Federal de Mossoró (RN).

O rastreamento dos dois aparelhos é considerado importante nas apurações em andamento pela força-tarefa de promotores e delegados de Polícia Civil de Campo Grande. O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) está em contato com a Deicor, sediada em Natal (RN), desde a chegada da informação da morte de “Zezinho”, na segunda-feira à tarde.

No Rio Grande do Norte, está sendo investigada a suspeita de envolvimento do pistoleiro em plano de execução de autoridade do Judiciário. A primeira informação sugeria ser um promotor, mas depois foi declarado a possibilidade de ser um juiz. Todas essas apurações são de interesse da força-tarefa sul-mato-grossense, pois podem ter relação com o grupo criminoso alvo da Omertà.

Os delegados querem saber quais foram as relações mantidas pelo pistoleiro desde a fuga, em abril do ano passado, quando houve a execução de Matheus Coutinho Xavier, vítima no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier. “PX”, apelido do ex-capitão, era desafeto da família Name, apontada como chefe de milícia armada da qual “Zezinho” era um dos pistoleiros, junto com Juanil Miranda Lima, também sumido há mais de um ano e meio.

Mais uma das perguntas a responder é se os dois tiveram contato nesse período, por exemplo. Embora seja pouco provável que os telefones ainda guardem informações de 2019, a polícia quer os dados. Com eles, ainda que não haja arquivos mais antigos, a expectaiva é saber os últimos passos do foragido e se ele ainda estava a serviço da organização criminosa alvo das ações.

A indagação latente é sobre como  “Zezinho” foi parar exatamente na cidade nordestina, localizada a 270 quilômetros de Mossoró (RN), onde fica o presídio federal no qual estão presos cinco réus da Omertà, entre eles os dois indicados como líderes da máfia, Jamil Name e Jamil Name Filho.

Segundo a Deicor, o pistoleiro morto estava se dedicando ao tráfico de drogas, com a produção de crack em uma granja na área rural de Lagoa de Pedras. De acordo com o divulgado, ele estava usando pistola roubada da Polícia Civil do estado nordestino.

Ainda não há detalhamento sobre a atividade ilegal de produção de drogas, que teria começado havia apenas dois meses. Não se sabe, por exemplo, se José Moreira Freires tinha comparsas e se era alguém de Mato Grosso do Sul.

 “Zezinho”, 46 anos, era condenado pela execução do delegado aposentado Paulo Magalhães, de 57 anos, ocorrida em 2013, em campo Grande, além de ser réu pela morte do estudante Matheus Coutinho Xavier. Figurava, ainda, como acusado em processo contra integrantes da milícia armada chefiada pelos Name. Contra ele, havia dois mandados de prisão expedidos pela Justiça sul-mato-grossense. Integrada lista dos bandidos mais procurados do País, elaborada pelo Ministério da Justiça.

No lugar onde houve o confronto, de acordo com a divulgação da Deicor sobre o caso, foram encontrados dois celulares, um de modelo mais antigo e outro mais atual, material para produção de droga, como balança de precisão, touca ninta, a arma roubada, e dois documentos de identidade.

Com infos – CG News