O maior risco é a concessionária, beneficiada por reajustes generosos por parte do presidente Michel Teme (MDB), ser obrigada a pagar multa e ainda não ser indenizada pelos investimentos feitos no Estado. A BR-163 se transformou em uma mina de dinheiro para a companhia paulista.
Desde o início da cobrança do pedágio, a concessionária faturou R$ 2,109 bilhões, conforme os balanços publicados até o momento. A lógica para lucrar é perversa com o usuário.
Só para se ter ideia, no primeiro trimestre deste ano, a receita bruta da concessionária teve queda de 26,6%, de R$ 170,9 milhões para R$ 125,4 milhões. No entanto, o lucro teve aumento de 36,6%, de R$ 7,122 milhões para R$ 9,727 milhões. A receita com pedágio cresceu 11,4%, de R$ 64,4 milhões para R$ 71,7 milhões.
Enquanto os acionistas tiveram ganhos, o usuário acabou penalizado porque pagou por um serviço não realizado. Para garantir o lucro, a empresa reduziu em 50% os investimentos em duplicação e manutenção, conforme o relatório do primeiro trimestre de 2018.
Os 138 quilômetros só foram duplicados porque houve financiamento do BNDES. Como não ia cumprir a meta prevista no contrato, a empresa conseguiu estender este prazo. No entanto, não conseguiu cumprir o novo acordo.
Agora, a estratégia é devolver a concessão se for obrigada a cumprir o contrato, que previa a duplicação dos 847 quilômetros em cinco anos. A reação da empresa surge em momento delicado porque entrou na mira da famosa e temível Operação Lava Jato.
A Polícia Federal aponta o pagamento de R$ 5 milhões ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente da República. A duplicação da BR-163 é fundamental para o desenvolvimento do Estado, porque melhora a logística para o escoamento da safra e a industrialização. Além disso, é importantíssimo para garantir a segurança dos motoristas que transitam na via.
E a gora MPF? Não vai fazer nada? Vai vendo!!