A Câmara de Vereadores de Campo Grande retornou do recesso parlamentar e retomou às suas atividades normais ainda com o gosto amargo da Operação Coffee Break, realizada pelo MPE (Ministério Público Estadual) para investigar a cassação do ex-prefeito Alcides Bernal em março de 2014 e concluiu que houve uma formação de quadrilha para derrubá-lo.
Apesar dos nomes novos, seis dos 11 vereadores envolvidos na Coffee Break foram reeleitos: João Rocha (PSDB), Eduardo Romero (Rede), Otávio Trad (PTB), Paulo Siufi (PMDB) e Carlos Borges (PSB). No entanto, entre esses seis, o mais envolvido é o presidente João Rocha, que, como o leitor bem sabe, foi o gestor durante um dos períodos mais negros da Câmara de Vereadores, que não teve produtividade, sem nível político e ficou envolvida em escândalos que culminaram com as prisões do ex-procurador jurídico André Scaff e do afastamento do ex-presidente Mario Cesar, PMDB.
Enquanto a Câmara Municipal da Capital protagonizou cenas de “horror” político nos últimos anos, seus comandantes, desde Mário Cesar (PMDB), afastado da presidência, até o atual, João Rocha (PSDB), estavam capitaneando uma nave cheia de acusações e suspeitas de corrupção. Apesar da renovação no legislativo ser de 60%, parece que o resultado das urnas não fez acordar o atual presidente.
Alheio aos fatos citados e aos inúmeros escândalos protagonizados pela outrora pujante Casa de Leis, o nobre vereador vai permanecer no cargo de presidente para dar continuidade ao “excelente” trabalho à frente da Câmara, que, atualmente, tem 24 servidores para cada um dos 29 vereadores, conforme consta no portal de transparência.
Além disso, a Câmara da Capital não promove concurso público há 12 anos – pasmem, mas desde de 2004 não é realizado esse tipo de processo seletivo -, o MPE (Ministério Público Estadual) precisou intervir para que as contratações sejam revistas as tais contratações e a urgente realização de um concurso público.
Hoje, para espanto de todos os cidadãos campo-grandenses, dos 702 servidores da Casa de Leis, 657, ou seja, 93,5%, são comissionados e somente 45, apenas 6,41%, entraram na Câmara de Vereadores por meio de concurso público.
A falta de vergonha na cara do “nobre” vereador é gritante, pois, apesar de a gestão ter sido marcada pela total inoperância, ele ainda pensa que tem credencial para continuar à frente da Câmara. Agora, a esperança recai sobre os novos vereadores eleitos para que tentem mudar a imagem da Casa de Leis, que anda mais suja que fralda de bebê de meses de idade.