C… e andando! PGR do Paraguai ignora pedido de prisão do ex-presidente do país feita pela Justiça do Brasil

O Gabinete da Procuradoria-Geral da República do Paraguaia permanece totalmente apático ao que pode ser chamado de escândalo provocado pelas investigações da Justiça do Brasil que apontam para uma conexão entre o doleiro brasileiro Dario Messer e o ex-presidente do país vizinho Horacio Cartes em um esquema de lavagem de dinheiro.

Hoje, quem está no cargo é o procurador-adjunto Marco Antonio Alcaraz em decorrência da titular Sandra Quiñónez estar afastada por motivo de doença. Pela segunda vez, o juiz de garantia criminal Humberto Otazú convocou ontem (20) os promotores Liliana Alcaraz e Francisco Cabrera para apresentar as pastas correspondentes à investigação conduzida por Dario Messer.

A audiência preliminar arrolou Ilan Grinspun e Juan Pablo Jiménez Viveros. A acusação de lavagem de dinheiro foi movida contra os dois no último dia 30 de outubro, data em que o Ministério Público também teve que entregar ao tribunal as pastas que conduzem a investigação.

O artigo 347 do Código de Processo Penal, referindo-se à acusação e pedido de abertura a julgamento, estabelece em sua parte final que “com a acusação, o Ministério Público encaminhará ao juiz as ações e evidências de que possui e colocará à disposição do as partes do caderno de pesquisa”.

Tendo em vista que os promotores Alcaraz e Cabrera não disponibilizaram ao tribunal as evidências detalhadas na acusação, que se refere a 26 bibliografias, no dia 4 do mês atual, o tribunal apelou aos agentes para apresentarem a documentação referida. Como esse requisito não foi cumprido, o magistrado novamente convocou os promotores a apresentar os arquivos fiscais, a fim de continuar o processo, com a conclusão da audiência preliminar em que ele deve decidir se os réus vão ou não para julgamento oral e público.

Este caso teve início após um pedido de detenção pela extradição de Dario Messer feita pelo 7º Tribunal Federal do Rio de Janeiro e que chegou ao Paraguai em 3 de maio do ano passado. O documento enviado pela justiça brasileira afirma que Messer comandava uma organização criminosa responsável pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.