Bolívia tem primeiro caso suspeito de varíola do macaco e Corumbá fica em alerta

O Serviço Departamental de Saúde de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, confirmou que há um caso suspeito da doença de macacos no país e o paciente tem 26 anos de idade. A informação colocou em alerta a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá, que emitiu comunicado para que as unidades hospitalares façam o monitoramento de diagnóstico de pacientes que possam apresentar sintomas de varíola.

Segundo as autoridades de saúde bolivianas, o paciente teve contato com duas pessoas que vieram da Espanha e apresentaram sintomas da varíola de macaco, que são febre, dores musculares e erupções cutâneas. Na quinta-feira (26), o secretário de Saúde de Santa Cruz, Fernando Pacheco, visitou o doente e informou que passou a supervisionar os protocolos a serem seguidos.

Por conta da fronteira do Brasil com a Bolívia, o caso foi notificado para Corumbá. O trânsito de pessoas de Santa Cruz com o município fronteiriço é comum e praticamente diário. Moradores da cidade boliviana costumam visitar Corumbá tanto para negócios, como para turismo. A realização do Festival América do Sul, entre quinta (26) e domingo (29), também é outro motivo de atração dos visitantes.

O paciente de 26 anos está isolado e sua situação de saúde é estável, sem gravidade. Ele deu entrada no sistema de saúde boliviano na quarta-feira (25). O contato dele com pessoas que estavam com sintomas ocorreu há 10 dias. O contágio é por meio direto com a pessoa contaminada, por isso o isolamento é fundamental para evitar a proliferação da doença.

O secretário municipal de Saúde de Corumbá, Rogério Leite, também presidente do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul (Cosems-MS), esclareceu que os protocolos de alerta na fronteira foram instalados. Por enquanto, não há registro de casos suspeitos na região.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota na terça-feira (24) para tentar evitar a proliferação da doença no Brasil. O vírus da varíola dos macacos é identificado pelo nome científico Monkeypox vírus. Nessa nota, o órgão federal sustentou que medidas de segurança já existem em aeroportos. Não existe orientação para isolamento da população.

A infecção viral é semelhante à varíola humana, considerada leve. De acordo com as autoridades de saúde mundial, a transmissão acontece do animal para a pessoa em florestas da África Central e Ocidental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que mais de 250 casos foram relatados em 16 países, fora da África Central e Ocidental: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça. Um dos diagnósticos em monitoramento foi detectado na Argentina.