Assassino morava ao lado, alegou amnésia e dormiu 2 dias em cima do corpo. PC diz que ele agiu sozinho

O servente de pedreiro Marcos André Vilalba Carvalho, 21 anos, assassino confesso de Carla Santana Magalhães, 25 anos, era vizinho da vítima na Rua Tiradentes, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande (MS), e, no depoimento prestado à Polícia Civil, alegou que o motivo para o homicídio foi fato de a moça ignorar um comprimento.

 

Considerado pela vizinhança como um rapaz tranquilo e discreto, Marcos André só levantou suspeita de um familiar da vítima, que contou da suspeita aos policiais civis que o rapaz era estranho e que, no dia do “sumiço” da garota, o portão da casa dele estava aberto, sendo que sempre vivia fechado.

 

A partir daí, a investigação sobre o assassinato passou a desconfiar do servente de pedreiro e, esse mesmo familiar, encontrou um item que fez aumentar ainda mais a suspeita. Um cadeado encontrado no local do rapto, em frente à casa da moça, no Bairro Tiradentes, de, fez familiar se lembrar que o portão do vizinho estava aberto.

 

Após analisar horas de imagens de todas as câmeras de segurança existentes em um raio de 500 metros do local do sequestro e entrevistar donos de dois possíveis veículos envolvidos no rapto, foi descartada a hipótese de que Carla Santana teria sido levada em um carro.

 

Por isso, a apuração mudou de rumo e passou a ser focada na possibilidade de alguém das proximidades ser o autor do crime.  Quando o parente da vítima levantou desconfiança sobre o comportamento do vizinho, ele começou a ser investigado.

 

O Batalhão de Choque intensificou as rondas nas proximidades e, na manhã de terça-feira (14), quando equipe passada pela casa de Marcos André, ele correu por um corredor. Conforme registraram os policiais militares, o rapaz obedeceu a voz de parada e foi revistado.

 

Nas buscas feitas na casa dele, foi encontrado um lençol com manchas que pareciam ser sangue. O jovem alegou que usava o tecido para satisfazer-se sexualmente e que as vezes se machucava. Ele disse ainda que o sangue era dele e, sem a possibilidade de prendê-lo naquele momento, os PMs avisaram a Polícia Civil.

 

Marcos André foi abordado novamente, horas depois, na obra onde trabalhava, no Bairro Coronel Antonino. Ele topou ir até sua casa para mostrar o lençol com sangue e, na Delegacia, confessou ter matado a vizinha.

 

Embora o local tenha sido lavado, o exame com luminol identificou a presença de material humano, que vai ser alvo para indicar se é o DNA é o da vítima. À Polícia Civil, ele disse que só se lembra de ter visto Carla Santana passar por ele no dia 30 de junho, de ir atrás dela e depois, do momento em que acordou, no dia 1º de julho, e encontrar o corpo da jovem casa onde vive.

 

Marcos André admitiu ter escondido o corpo debaixo da cama, ido trabalhar normalmente na quarta-feira e na quinta-feira da semana passada. Sobre a sexta-feira, dia 3 de julho, quando o corpo foi encontrado, ele diz ter outro lapso de memória. Ele disse que só percebeu que o cadáver estava em frente ao comércio na esquina de casa quando viu a movimentação no local.

 

Na entrevista coletiva, o delegado de Polícia Civil Carlos Delano, que comanda as investigações, contou que o assassino confesso relata ser usuário compulsivo de álcool e que por isso tem amnésias com certa frequência. Sobre ter admitido o crime e depois a desova do corpo, ele diz que ninguém esteve na casa dele e que, portanto, o assassinato não poderia ter sido cometido por outra pessoa.

 

Marcos André está com prisão preventiva decretada por feminicídio, por determinação do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Embora ele não tivesse relacionamento com a jovem ou a família dela, o entendimento da polícia é de que houve “desvalor à condição de mulher”.

 

O delegado revelou que a chegada até o criminoso ocorreu depois de denúncia anônima que levou policiais militares a encontrarem com ele lençol manchado de sangue. A delegacia responsável pelo caso foi alertada do fato e, nesta quarta-feira (15), foi à casa de Marcos André, não o encontrou, foi até a obra onde ele trabalhava, ele permitiu a entrada na casa e lá confessou o assassinato, porém disse lembrar-se de pouca coisa.

 

Sobre a vítima, a quem não conhecia, houve queixa do assassino confesso sobre um dia no qual, vestido “de pedreiro”, com a roupa suja, deu bom dia e Carla Santana não respondeu. Se sentiu diminuído, como alegou. De acordo com o delegado, Marcos André demorou algum tempo para admitir que matou a moça, só fazendo isso após ter sido confrontado.

 

A Polícia Civil revela que tinha manchas por toda a casa, além do lençol e de uma máscara com resquícios de sangue. Foram encontrados sinais de que algo foi arrastado, inclusive. Embora o lugar tenha sido lavado, o exame com luminol identificou a presença de material humano, que vai ser alvo para indicar se é o DNA é o da vítima.

 

Na semana passada, áudio obtido por meio de câmera de segurança mostrou os gritos por socorro de Carla Santana ao ser raptada, gritando pela mãe. A suspeita era de participação de pelo menos duas pessoas e utilização de um carro, porém, a confissão do jovem preso e o fato dele morar “exatamente ao lado” da casa da vítima indicam que ela foi levada só por ele e a pé.

 

No depoimento, Marcos André foi perguntado pela mãe e chamou a mulher de “vagabunda”. Relatou ter sido abandonado por ela. Sobre o pai, disse não ter contado. Ele mora em Campo Grande há 9 meses. Veio de Bela Vista (MS) para trabalhar como servente de pedreiro. Pelas informações levantadas, estudou até o Ensino Fundamental, o que pode explicar o fato de o assassino não ter nenhuma mídia social em seu nome – Facebook, Instagram, Twiter, etc.