Após “trégua”, pistoleiros executam mais dois no fim de semana com tiros na cabeça

Depois de uma pequena trégua nas execuções na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, no sábado (2) pistoleiros assassinaram mais dois homens com tiros na cabeça. Trata-se de Esteban David Valenzuela, 28 anos, e Julio César Aveiro, 31 anos, que estavam desaparecidos desde o dia 5 de março deste ano e os cadáveres foram encontrados nos arredores de Yby Yaú, entre os departamentos de Amambay e Concepción, no Paraguai.

Com essas mortes, o número de execuções na região chega a 40 somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 12 em fevereiro, 12 em março e 2 em abril. Os corpos estavam em propriedade vizinha à Fazenda San Jorge, onde Julio Aveiro e Esteban Valenzuela trabalhavam na construção de cercas quando desapareceram.

A identidade dos dois foi confirmada pela autópsia no necrotério do Hospital Regional de Yby Yaú. Conforme o tenente-coronel do Exército do Paraguai, Luis Aspeteguía, não há nenhuma indicação de que o local estaria nas mãos do EPP (Exército do Povo Paraguaio) e nenhum membro da quadrilha reivindicou a autoria do crime. “Portanto, o mais provável é que pistoleiros estejam envolvidos”, disse.

Os homens teriam sido executados no fim da madrugada de sábado, ou seja, horas antes de serem encontrados. Nos corpos, a perícia verificou perfurações de tiros de pistola calibre 9 mm na cabeça, sendo que ambos estavam com traumatismo cranioencefálico. Porém, Esteban Valenzuela teve dois ferimentos de tiro na região da cabeça, enquanto Julio Aveiro recebeu apenas um tiro.

O local onde foram encontrados fica a menos de 10 quilômetros de onde sumiram, sendo que os dois teriam saído para caçar com uma arma de fogo no dia 5 de março e, desde então, não foram mais vistos. No entanto, o desaparecimento só foi comunicado à polícia seis dias depois pelo administrador da Fazenda San Jorge, Marcos Eduardo Yáñez, que afirmou demorar por estar esperando alguma comunicação das vítimas.