Após registrar 137 execuções em 2020, advogado é 1ª vítima de pistoleiro neste ano na fronteira

Depois de encerrar o ano de 2020 com 137 execuções praticadas por pistoleiros na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, o advogado e comerciante Arlindo Icassatti Duarte, de 43 anos, foi o 1º assassinato sob encomenda na região. Ele foi executado a tiros de pistola calibre 9 mm na noite de sábado (02) dentro da Comercial Orejano, localizada no Bairro San Juan Neuman, periferia de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Testemunhas disseram que os pistoleiros chegaram de carro entraram no local de armas nas mãos e dispararam diversas vezes contra Arlindo Icassatti, que foi atingido na cabeça e no tórax, caindo no chão, sendo que os assassinos ainda efetuaram mais tiros contra a vítima caída. Ele ainda foi levado com vida para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, mas faleceu no trajeto.

As pessoas que estavam no estabelecimento comercial pensaram que se tratava de um assalto, mas, como nenhum valor em dinheiro foi levado, a Polícia Nacional do Paraguai acredita que seja mais um crime de execução na fronteira. Além disso, conforme os familiares da vítima, ela já vinha recebendo várias ameaças de morte relacionadas com seu trabalho de emprestar dinheiro a juros.

Ainda segundo os familiares, nos últimos dias, Arlindo Icassatti tinha executado várias notas promissórias de pessoas que não tinham como pagar o dinheiro tomado em empréstimo e davam como garantia vários bens, como veículos e aparelhos eletroeletrônicos. Para a Polícia, um desses clientes pode ter decidido mandar matar o agiota como vingança pela cobrança.

Prisão

Também no Paraguai o brasileiro Loreno Casanato, de 58 anos, que tinha em aberto um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, foi preso ontem (03), por volta das 11h30, no Bairro Nueva Esperanza, em Santa Rita, na zona sul do Alto Paraná, no Paraguai.

Acusado de homicídio, ele estava foragido desde o dia 30 de janeiro de 2017 e foi expulso do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras, no âmbito de uma cooperação internacional no âmbito do acordo de Comando Tripartite firmado entre Paraguai, Brasil e Argentina.

A prisão de Loreno Casanato aconteceu após os agentes do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Nacional receberem informações da polícia brasileira. Como não tinha documentos, ele foi encaminhado para a regional de investigação de crimes, que confirmou sua identidade e em seguida entregue às autoridades brasileiras, na Ponte da Amizade, em Ciudad del Este.