Ilda Machado é uma verdadeira amiga do peito. Assim os eleitores de Fátima do Sul estão classificando a esposa do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Londres Machado, durante a campanha eleitoral.
O inferno astral da ex-prefeita e que agora tenta voltar ao cargo não acaba por aí, pois, nos últimos dias, foi revelado que Ilda teria sido servidora fantasma da Assembleia Legislativa do Estado e, hoje, está aposentada recebendo salário de cerca de R$ 20.800.00 líquidos. Esse fato era totalmente desconhecido e guardado às sete chaves.
Pressionada pela mídia e às vésperas do início das investigações pelo Ministério Público Estadual (MPE), Ilda resolveu confessar ser aposentada, porém ainda sustenta ter efetivamente trabalhado (apesar de jamais ter sido vista a trabalho nos corredores da Assembleia Legislativa). O MPE agora solicitou informações à Assembleia acerca do labor por ela desenvolvido e, se confirmada a denúncia, o mais longínquo esquema de desvio de dinheiro público do Estado.
Com os fatos revelados e para garantir a eleição, Ilda passou a socorrer-se da compra de votos de forma descarada. Os votos de populares estão sendo negociados pelos valores de R$ 200,00 à R$ 3.000,00 e os de lideranças por valores a partir de R$ 10.000,00. O vídeo mostra um eleitor recebendo o total de R$ 700,00, apesar de a câmera só ter captado os últimos R$ 200,00. O restante do valor foi captado apenas pelo áudio da gravação.
O que chama bastante atenção é que para escapar de eventuais buscas, Ilda carrega dinheiro sob o sutiã, o que faz recordar o caso de repercussão nacional do “dinheiro na cueca”. O eleitor filmado já prestou depoimento ao MPE e tomou rumo ignorado, pois sua cabeça teria sido colocada a prêmio.
Denúncia
No dia 19 de setembro, o MPE recebeu denúncia, acompanhada de farta documentação, dando conta que entre os anos de 2005 – 2012, durante a administração da ex-prefeita Ilda Salgado Machado foram realizadas diversas contratações fracionadas, com o objetivo de burlar o processo licitatório, além de terem sido realizadas festas “fechadas” com o dinheiro público e com venda de ingressos, sem que o valor arrecadado tenha sido repassado aos cofres do Município.
Narra a denúncia que Ilda Machado realizava contratações parceladas para que os valores ficassem sempre abaixo do limite de R$ 8.000,00, abandonando assim a obrigatoriedade de realização do processo licitatório. Nesse caso, o fracionamento leva ao direcionamento da contratação e, consequentemente, pode levar à contratação de propostas eventualmente superfaturadas.
Ainda de acordo com a denúncia recebida, foram identificados empenhos em favor de uma das maiores empresas prestadoras de serviços de Buffet da cidade de Dourados para a realização do “Baile de Gala” durante as festividades de comemoração do aniversário da cidade.
O que chamou a atenção nesse caso, é que além de a prestação de serviço ter sido parcelada em diversas notas, o pagamento foi realizado de forma adiantada e a administração ter cobrado ingresso dos participantes sob a alegação de que seria para suportar o custo do Buffet. Ocorre que sequer há registro da entrada dos valores arrecadados nos cofres da prefeitura.
Nos próximos dias, Ilda Salgado Machado deverá ser ouvida para tentar justificar as irregularidades cometidas. Se não conseguir, poderá ter que ressarcir o Município por todo o dano provocado, ter suspenso seus direitos políticos de cinco a oito anos, além de ser condenada ao pagamento de multa civil até duas vezes o valor do dano comprovado, tudo em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa.
Fantasma
A outra denúncia enviada ao MPE é de que ela seria servidora aposentada da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul recebendo salário de R$ 20.842,17 por mês, sem nunca ter cumprido jornada de trabalho naquela Casa. No dia 20 de setembro a Justiça Eleitoral recebeu pedido de investigação judicial eleitoral visando apurar possível crime de falsidade ideológica praticado pela candidata.
Ilda Machado seria servidora aposentada da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul recebendo salário de R$ 20.842,17 por mês, sem nunca ter cumprido jornada de trabalho naquela Casa. Se confirmada a denúncia, Ilda poderá ter cassada a sua candidatura e condenada pelo crime de falsidade ideológica eleitoral, já que omitiu essa informação de sua declaração de bens no ato do respectivo registro.
Fora da área eleitoral, ela poderá responder na Justiça Criminal por crime contra o patrimônio público e peculato, além de ter que devolver todo o salário recebido no decorrer dos anos. O caso começou a ser revelado por um internauta na rede social “Facebook” que apontou, até mesmo, o número da conta corrente em que os depósitos de Ilda Machado seriam realizados.
A notícia, se confirmada pelo Ministério Público, além de revelar a maior esquema de desvio de dinheiro público já visto no Estado de Mato Grosso do Sul, poderá levar Ilda Machado a responder pelo crime de falsidade ideológica eleitoral, já que omitiu essa informação de sua declaração de bens, crime contra o patrimônio público e peculato, além de ter que devolver todo o salário recebido indevidamente no decorrer dos anos, o que poderá atingir milhões de reais.
Três dias após um internauta ter publicado na rede social “Facebook” dados da aposentadoria recebida por Ilda Salgado Machado (PR), fato até então desconhecido da população de Fátima do Sul, já que não declarou à Justiça Eleitoral, a candidata à prefeita, não suportando a pressão popular e o início das investigações pelo Ministério Público Estadual, publicou em sua página pessoal declaração de que os fatos são verdadeiros.
Confessou realmente ser servidora aposentada da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, tendo iniciado seu trabalho naquela casa no feriado nacional de 01/01/1970 e se aposentado em 1998, após longos 28 anos de serviços prestados ao Estado, negando, porém, a condição de “servidora fantasma”.
A confissão de Ilda Machado, agora, poderá ensejar na reabertura da Investigação Judicial Eleitoral que visava à apuração de eventual crime de falsidade ideológica, já que essa confissão supre a alegada falta de provas acerca do assunto. Agora resta saber se o efetivo trabalho será provado e se os valores recebidos foram declarados à Receita Federal ou ocultados, como o foram da Justiça Eleitoral.