De 1º de janeiro a 20 de junho deste ano, 16 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. O último caso foi de Doralice da Silva, de 42 anos, morta a facadas após uma discussão com o companheiro Edemar Santos Souza, de 31 anos.
O crime ocorreu na noite de quinta-feira (20), na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju (MS). De acordo com a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), 10 dos 16 feminicídios deste ano ocorreram em municípios da região de fronteira.
De acordo com relatos de vizinhos, por volta das 22h30, o casal teve uma briga intensa e, cerca de meia hora depois, os gritos cessaram, sendo que Edemar Souza foi visto deixando a residência, empurrando uma carriola em direção ao Bairro Nenê Fernandes.
Por volta das 23h15, a filha de Doralice da Silva chegou à casa da mãe e encontrou o corpo dela caído no chão do quarto do casal, coberta de sangue e já sem vida. A Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada da Polícia Civil e da perícia.
Segundo o boletim de ocorrência, moradores da região relataram que o casal tinha um histórico de brigas frequentes, contudo, Doralice da Silva nunca tinha procurado a Polícia.
A investigação revelou que a vítima tinha uma medida protetiva contra um ex-marido, com quem estava separada há mais de um ano, o qual não mantinha contato. Por outro lado, Edemar Souza já tinha sido alvo de uma medida protetiva, solicitada por sua mãe, decisão já extinta pela Justiça.
Na manhã deste sábado (21), ele se apresentou espontaneamente à Polícia Militar e negou envolvimento no crime. Edmar Souza afirmou que soubera que estava sendo apontado como suspeito, mas refutou qualquer participação no assassinato.
Durante seu depoimento, o suspeito mencionou a presença de um homem desconhecido na residência, que, segundo ele, teria chegado em um veículo Volkswagen Gol prata e o ajudado a recolher seus pertences.
Edemar Souza afirmou que esse homem permaneceu na casa com Doralice da Silva após sua saída. O suspeito também indicou que há câmeras de segurança em alguns imóveis vizinhos, que, segundo ele, podem corroborar sua versão dos fatos.
Após deixar o local, Edemar Souza relatou ter seguido em direção à região da Zebulândia e, depois, para a casa de uma tia, localizada nas proximidades do CRAS da Vila Margarida, em Maracaju. O caso segue sob investigação pela Polícia Civil de Maracaju.
A Prefeitura de Maracaju emitiu uma nota de repúdio ao crime, lamentando a morte de Doralice da Silva. “Esse crime bárbaro fere não apenas a vida de uma mulher, mas também toda a nossa sociedade. A violência contra a mulher é inaceitável e precisa ser combatida com firmeza, compromisso e ações contínuas”, afirmou o comunicado.
Relação de vítimas:
- Karina Corin
- Vanessa Ricarte
- Juliana Domingues
- Mirielle Santos
- Emiliana Mendes
- Giseli Cristina Oliskowiski
- Alessandra da Silva Arruda
- Ivone Barbosa Nantes
- Thacia Paula Ramos
- Simone da Silva
- Olizandra Vera Cano
- Graciane de Sousa Silva
- Vanessa Eugênia
- Sophie Eugênia
- Eliana Guanes
- Doralice da Silva