Laércio Arruda Guilhem, advogado e vítima do “golpe do Chapolin”, conseguiu rastrear os golpistas que utilizaram um dispositivo semelhante a um controle remoto para desativar o alarme de seu carro e furtar cartões de crédito de sua Montana no dia 26.
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime ocorreu por volta das 12h na Rua Paineiras, na Vila Gomes, enquanto Laércio almoçava em um restaurante com uma amiga.
O golpe é chamado assim devido à semelhança do aparelho utilizado pelos criminosos, que “intercepta” a comunicação do alarme do carro, fazendo alusão ao famoso personagem de TV “Chapolin Colorado”, que usa suas “anteninhas de vinil” para captar sinais de perigo.
Laércio não percebeu qualquer sinal de arrombamento no veículo e só notou o furto ao revisar mensagens de seu banco no final do expediente.
Do console do carro, foram levados cartões de crédito, documentos e um óculos da passageira. Curiosamente, itens como roupas, talão de cheques e a carteira de motorista permaneceram intactos.
Após bloquear os cartões, Laércio foi informado sobre uma tentativa de compra em uma conveniência no Jardim Centro Oeste. As câmeras de segurança mostraram uma mulher loira tentando usar os cartões furtados. O atendente da loja revelou que, após o bloqueio, a mulher conseguiu concluir a compra em dinheiro.
A partir dessa tentativa de transação, Laércio descobriu que a compra foi processada por uma máquina do Mercado Pago. Sem acesso aos canais oficiais, ele fez suas próprias investigações na internet e, após consultar o CNPJ, encontrou um nome relacionado à cobrança, identificado como Carla Souza, chegando até uma horta no bairro Pioneiros.
O responsável pela horta informou que a máquina utilizada na transação pertencia à esposa, que trabalhava em uma banca de hortaliças no bairro Universitário. Sem mencionar o caso, Laércio visitou a banca três dias após o crime e, ao comprar produtos, confirmou que o equipamento era o mesmo usado pelos golpistas. O caso continua em investigação.
Os criminosos utilizam um pequeno aparelho, muitas vezes parecido com um controle remoto comum, que funciona como um bloqueador ou “embaralhador” de sinais, impedindo que o travamento automático do veículo ocorra sem deixar vestígios de arrombamento.
Quando o motorista tenta trancar o carro com o controle remoto, o dispositivo “Chapolin” emite um sinal eletromagnético na mesma frequência, interferindo na comunicação e mantendo as portas destrancadas. Isso permite que os criminosos entrem e roubem objetos de valor ou até mesmo o carro, sem deixar sinais de arrombamento.
Para se proteger contra esse tipo de golpe, é fundamental verificar fisicamente se o carro foi trancado após usar o controle, assim como em portões de garagem que possuem uma pequena antena.

