Adeus comprinhas da Semana Santa! Paraguai decreta toque de recolher a partir de sábado

A tradicional ida à fronteira com o Paraguai para fazer as famosas “comprinhas de importados” no feriado prolongado da Semana Santa está seriamente ameaçada neste ano. O chefe da Casa Civil do Paraguai, Hernán Huttemann, anunciou, ontem (24), que todos os cidadãos paraguaios devem permanecer em suas casas e fazer o mínimo e indispensável deslocamento para a reposição de alimentos, remédios e produtos de limpeza a partir deste sábado (27).

Em relação aos setores isentos da medida, cabe àqueles que desempenham funções que não podem ser prorrogadas, como os serviços de saúde públicos e privados, bem como aos que atuam na assistência a pessoas com deficiência, acometidas por doenças, idosos e crianças. Negócios essenciais como supermercados, despensas e farmácias também estão entre as exceções.

O decreto do Governo do Paraguai prevê ainda que os negócios não essenciais continuem a funcionar 24 horas por dia na modalidade de entrega ao domicílio, bem como os estabelecimentos gastronômicos na modalidade de delivery ou entrega ao domicílio. Da mesma forma, a execução de obras públicas e obras civis continuará e é garantido que as cadeias de pagamento não serão cortadas. Ainda será mantido o serviço de transporte de carga fluvial e terrestre, bem como o serviço aduaneiro.

O serviço de hospedagem será disponibilizado apenas para pessoas que residam no mesmo departamento e para aquelas que fizeram reserva antes das novas medidas restritivas. Eventos dentro dos alojamentos são proibidos. No que se refere ao ensino superior, as aulas continuarão a ser transmitidas à distância ou na modalidade virtual. Tem continuidade as atividades relacionadas ao comércio exterior tão importante quanto às indústrias em geral e sua cadeia logística.

No que diz respeito ao transporte público, é garantido ou servido, mas as unidades não podem transportar passageiros em pé. É proibida a circulação de veículos de curta, média e longa distância, enquanto a circulação para compra de alimentos e produtos essenciais é das 5 às 20 horas. As reuniões de eventos, lazer e entretenimento estão suspensas. O atendimento foi reduzido a um máximo de 20 pessoas presenciais. Já os parques públicos a cargo do Ministério das Obras Públicas ficarão fechados durante os oito dias.

Uma atividade física individual pode ser realizada a 500 metros da residência de cada pessoa. No caso do Uber e dos serviços fiscais, eles poderão prestar serviços de compra de alimentos, remédios, produtos necessários e transferência para hospitais. Por seu turno, o ministro das Finanças, Óscar Llamosas, referiu que tendo em conta o impacto que estas medidas terão na própria pandemia de Covid-19, o Governo decidiu continuar as medidas que já estavam a ser implementadas no ano passado e outras novas.

O ministro das Obras Públicas e Comunicações, Arnoldo Wiens, falou que não será possível viajar para o interior do país e que através da Patrulha Rodoviária, em conjunto com o Ministério do Interior, a Polícia Nacional e as Forças Armadas de lá será um controle rígido sobre as rotas do país. O subcomandante interino da Polícia Nacional, Víctor Balbuena, explicou que a Polícia Nacional fará um controle rígido em todos os pontos de referência do país.

Em outro momento da conferência, o diretor de Migrações Ángeles Arriola informou que foi decidido manter as fronteiras abertas com 13 postos de controle. No entanto, os controles serão apertados. “Os controles que serão feitos com as Forças Armadas da Nação, Marinha e com o pessoal da Vigilância Sanitária serão rígidos do início ao fim do decreto. Vale dizer que todos aqueles que viajarem dentro do horário poderão fazer isso de uma forma tranquila “, disse ele.

Por sua vez, o ministro da Saúde, Júlio Borba, confirmou a contaminação da “cepa Manaus”, variante P1 do Covid-19. “Temos dois resultados positivos neste caso. O primeiro caso detectado é de um jovem da cidade de Luque”, disse. No entanto, ele disse que isso não muda a situação epidemiológica e ressaltou que a única diferença é a velocidade de transmissão.

“Estamos num momento crítico e a única forma de mitigar esta situação é reduzindo as interações sociais e cumprindo todos os protocolos. O objetivo desta estratégia é aproveitar a Páscoa e seguir as restrições, uma vez que estamos na fase de mitigação, “ele insistiu.