Os acadêmicos de Biologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) manifestaram ontem (20) para pressionar a demissão de professor condenado por estuprar aluna do curso em 2016.
O ato, organizado pelo Centro Acadêmico do Curso de Biologia, aconteceu na Cidade Universitária, em Campo Grande. Conforme divulgado pelo movimento estudantil, a manifestação acontece após a universidade não tomar as providências ‘cabíveis’ depois da condenação, bem como a demissão do professor.
“Esperamos um posicionamento. Esperamos algo que até agora não aconteceu. A UFMS deveria se envergonhar por ter medo de demitir um estuprador, deveria se envergonhar por barganhar e negociar com alguém que cometeu um crime irreparável”, trouxe nota do Centro Acadêmico.
Em março de 2025, o docente da UFMS acabou condenado em primeira instância por estupro cometido contra uma aluna da instituição, no ano de 2016. Ele atuava no Inbio (Instituto de Biociências). Com a repercussão do caso, a universidade abriu um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) para investigar o crime.
Agora, o estupro voltou à tona após o professor receber a sentença de 8 anos de prisão em regime semiaberto e indenização de R$ 30 mil por danos morais. Enquanto isso, ele seguiu dando aulas por 9 anos, até que a UFMS o afastasse.
No dia 11 de agosto, foi divulgado que o professor havia sido promovido pela instituição, com direito a aumento de 23,5% no salário. Ele ocupava o cargo de Adjunto/4 e passou a Associado/1, conforme portaria.
No entanto, a UFMS se manifestou contra a decisão e informou que o servidor condenado segue afastado, aguardando a conclusão do processo administrativo disciplinar. Além disso, por estar afastado, está impedido de obter a progressão referente ao período de 2023–2025.
Durante o período de afastamento, o homem continua recebendo salário e, só em junho, lucrou R$ 20.167,44, conforme o Portal da Transparência. A remuneração bruta do professor afastado foi de R$ 15.998,84 neste mês, mais uma gratificação natalina de R$ 7.999,42, menos R$ 3.830,82 de descontos à previdência e imposto de renda.
Em nota, a reitora Camila Ítavo reforçou que foi feita uma revisão do ato administrativo de agosto de 2016, que havia definido que a UFMS não iria apurar os fatos na época. Além disso, a instituição também determinou o afastamento preventivo de professor lotado no Instituto de Biociências. A reitora também destacou que foi aberto um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) para fazer a apuração do crime cometido pelo servidor, sob supervisão da Corregedoria da UFMS e da AGU (Advocacia Geral da União).