Absurdo! Fazendeiro de Coxim que abandonou 1.000 bois com fome e sede é libertado da cadeia

A PMA (Polícia Militar Ambiental) depois de prender ontem (8) acabou soltando hoje o proprietário da fazenda onde dezenas de bovinos desnutridos foram encontrados mortos na semana passada às margens do Rio Taquari, entre os municípios de Coxim e Rio Verde.

Pecuarista de 62 anos, dono da Fazenda Alvorada, onde 268 bovinos foram encontrados mortos e 716 desnutridos em situação de maus-tratos e com risco de morte, prestou depoimento e foi liberado. A propriedade rural fica entre Coxim e Rio Verde de Mato Grosso.

Conforme o delegado Matheus Vital, que atendeu a ocorrência, o autor de crime de maus-tratos aos animais assinou hoje um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) se comprometendo a sanar a situação e deixou a prisão.

O delegado explicou que, em razão de a pena ser de três meses a 1 ano, ou seja, inferior a 2 anos, não foi possível a autuação em flagrante. O pecuarista, então, foi liberado sob o compromisso de cuidar dos animais que ainda sobreviveram, arrumando alternativa para liberar a água para o gado. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) fará a fiscalização para verificar se as ações serão cumpridas.

Também foram encontrados mais de 50 bovinos mortos e cerca de 1.000 ainda vivos, mas em condições visíveis de abandono e maus-tratos, muitos debilitados e incapazes de se locomover.

O proprietário, cuja identidade não foi revelada, foi detido em Campo Grande e conduzido à delegacia de Polícia de Rio Verde. A infração cometida prevê uma multa de R$ 3 mil por animal, aplicada diariamente enquanto a situação persistir, podendo somar mais de dois milhões de reais por dia. Já a pena pode variar de 3 meses a 1 ano de detenção, conforme a legislação.

De acordo com a PMA, a fazenda, localizada na região conhecida como Tupã, encontrava-se em estado crítico: abandonada, sem água, pastagens ou qualquer outro alimento para os animais, com a situação agravada pela seca severa dos últimos dias.

Durante a vistoria, os policiais militares ambientais tentaram socorrer alguns novilhos, fornecendo água de garrafas térmicas e retirando animais atolados em poças de lama. A operação contou com o apoio da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e do MPE (Ministério Público Estadual).

Com os levantamentos concluídos pela PMA, a Justiça determinará a destinação dos animais, que poderá incluir o sequestro de bens do proprietário ou, eventualmente, a realização de um leilão para resolver a situação o mais rápido possível.

As ações de socorro aos animais continuam sob a supervisão dos órgãos competentes, enquanto a PMA se limita às medidas administrativas e ao encaminhamento do caso à Polícia Civil para as providências criminais necessárias. As informações são do site Campo Grande News