A estrita ligação do Procurador-Geral de Justiça de MS, Humberto Brites, com o ex-governador André Puccinelli, é notória e evidente.
Além das visitas frequentes a sede do órgão em horários nada ortodoxos, Puccinelli exigiu algumas medidas de Brites para encaixar dois servidores especiais no quadro do MPE.
Um deles é o chefe da segurança, coronel Marcos dos Santos, que já foi comandante da PM2 (setor de inteligência da Polícia Militar) no governo passado. Em seguida ele estava na Assembléia Legislativa sob a tutela do ex-presidente, Jerson Domingos.
Com a deflagração da operação Lama Asfáltica, que investiga desvio de dinheiro público em contratos de obras, o coronel aterrizou no MP sob tutela de Brites e por ordem de Puccienlli.
O coronel é figura conhecida das autoridades do Estado. Ele atuou na PM2 quando o também coronel Ivan de Almeida era comandante da corporação. Talvez seja por isso que Puccinelli e seus asseclas transitam livremente pelo órgão depois das 18h.
Em 2007 o coronel Ivan foi flagrado em interceptações telefônicas da Polícia federal na operação Xeque-Mate, que investigava a exploração de jogos caça-níqueis.
O coronel aparece numa das gravações feitas com autorização judicial reclamando do descumprimento de um acordo sobre propina. Almeida foi comandante da PM no governo Zeca do PT e só não foi indiciado pela operação porque tem foro privilegiado, era deputado Estadual.
O coronel Marcos David dos Santos também foi ouvido pela Polícia Federal. O nome dele foi citado por um dos detidos. Marcos alegou que citaram o nome dele sem qualquer prova.
Mesmo assim a Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário do tenente-coronel Marcos Antônio David dos Santos, ex-chefe da inteligência da Polícia Militar no Estado, após conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal indicarem possível envolvimento do militar com a máfia dos caça níqueis.
O esquema foi investigado pela Polícia Federal, em 2007, durante a Operação Xeque-Mate. O alvo era uma quadrilha acusada de contrabando de componentes eletrônicos, corrupção e tráfico de drogas, que movimentava cerca de R$ 250 mil por dia com o jogo de azar.
CASO MOTEL
Um caso policial que intrigou toda a sociedade Sul-mato-grossense foi o Caso Motel, dois jovens encontrados mortos dentro de um motel de Campo Grande-MS, em 2005. Ela garota de programa, Eliane Ortiz, ele um jovem estudante classe média, Murilo Alcalde. Depois de muita polêmica e envolvendo PMs entre os acusados o caso foi arquivado pelo juiz Júlio Siqueira, hoje desembargador.
Na época, coronel Marcos David dos Santos era o comandante da PM2 e colocou por conta própria um cabo para investigar o caso. Cabo Adriano Melo, que mais tarde foi denunciado pela polícia civil como sendo um integrantes do crime.
FILHA DE PUCCINELLI