Na contramão do que anda divulgando pelos quatro cantos o prefeito de Campo Grande, Marquito Trad (PSD), de que, por meio de uma reforma administrativa, deve economizar mais de R$ 70 milhões neste ano apenas em relação à folha de pagamento, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) aumentou de duas para cinco o número de superintendências da Pasta, ou seja, quase triplicou a quantidade, o que, na prática, implica em mais gastos com cargos comissionados com altos salários, conforme apurou o Blog do Nélio.
Enquanto o chefe do Executivo garante que está “enxugando” a máquina pública, com impacto de até R$ 5 milhões por mês, por meio de redução de funcionários comissionados e despesas, foi publicado nas páginas 28 e 29, da edição extra nº 4.777, do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), da última terça-feira (17/01), o Decreto nº 13.162, de 17 de janeiro de 2017, que dispõe sobre a competência e aprova a nova estrutura básica da Semed.
No Decreto, assinado pelo prefeito Marquito Trad, pela secretária municipal de Educação, Ilza Mateus de Souza, e pelo secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Antônio Cézar Lacerda Alves, a Pasta passa a contar com as superintendências de Gestão das Políticas Educacionais, de Gestão e
Normas, de Gestão de Pessoas, de Alimentação Escolar e a de Gestão Administrativa, Financeira e de Convênios.
Ou seja, o tal “enxugamento” da máquina pública deixou de fora a Secretaria Municipal de Educação, pois, se antes era possível tocar a Pasta com apenas duas superintendências, porque cargas d’água o número foi quase triplicado? No entanto, caro leitor, os absurdos não param por aí, pois, olhando mais detalhadamente para a composição de cada uma dessas novas “superintendências”, na de Gestão e Normas, por exemplo, foi criada a Coordenadoria de Normatização das Políticas Habitacionais (????).
Agora eu lhe pergunto prezado leitor: Por que a Semed precisa de uma Coordenadoria de Normatização das Políticas Habitacionais? Será que a secretária Ilza Mateus vai mandar construir casas para os professores? Ou melhor ainda, será que os imóveis serão edificados para os pais ou responsáveis pelos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino)?
Ninguém sabe!
Outro absurdo da nova estrutura básica da Semed é que na Superintendência de Alimentação Escolar foram criadas a Gerência de Supervisão da Alimentação, Divisão de Abastecimento e Distribuição, Divisão de Programação Alimentar e Divisão de Apoio Administrativo. Precisa mesmo de tudo isso para entregar as merendas para as escolas e creches do município?
Agora, só falta ter criado toda essa estrutura e acabar acontecendo o mesmo que na administração do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), que foi a falta de merenda para as crianças.
Uma coisa é certa, a tal austeridade prometida em campanha e tão divulgada por Marquito Trad na imprensa local não passa de conversa para boi dormir. Os exemplos estão aí para quem quiser ver.