Não foi dessa vez que o deputado estadual Junior Mochi (PMDB) vai largar o osso que é a Presidência da Assembleia Legislativa. Apesar de o PSDB ter a quantidade de votos suficientes para defenestrar a sua excelência do cargo e colocar a jovem liderança Beto Pereira para dar uma refrigerada no local, o governador Reinaldo Azambuja achou melhor mandar o time recuar e deixar a Presidência nas mãos do PMDB – leia-se André Puccinelli.
No entanto, mal sabe Reinaldo Azambuja, que o projeto de poder do ex-governador inclui o lançamento da candidatura de Junior Mochi a governador em 2018 e o italiano viria para disputar uma vaga no Senado para fazer a dobradinha com a atual senadora Simone Tebet (PMDB), que tem assegurados mais quatro anos no cargo.
É a velha máxima de estar dormindo com o inimigo adotada sem razão pelo governador Reinaldo Azambuja, que estava com a faca e o queijo nas mãos, mas, inesperadamente e ignorando as recomendações da cúpula do PSDB, decidiu por abrir mão de uma disputa e deixar o eventual adversário nas urnas em 2018 no cargo, solidificando sua candidatura ao Governo do Estado.
Entenda o caso
Na sessão desta quarta-feira, os deputados estaduais vão eleger a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para os próximos dois anos. Depois de chegarem ao consenso da reeleição do presidente Junior Mochi (PMDB) e de Zé Teixeira (DEM), na primeira secretaria, os deputados estaduais se reuniram na tarde de ontem para selar o acordo.
A bancada do PSDB decidiu permanecer com a vice-presidência, terceira vice-presidência e terceira-secretaria, sem alterações. Deste modo continuam nos cargos Onevan de Matos, Mara Caseiro e Felipe Orro. O PR se mantém na segunda vice-presidência, com Grazielle Machado exercendo a função.
A única mudança esperada é na representação do PT dentro da Mesa. A segunda secretaria, que era ocupada por Cabo Almi, passa a ser função de Amarildo Cruz. A Mesa regerá os destinos da Assembleia Legislativa entre 1º de fevereiro de 2017 e 31 de janeiro de 2019, data em que se finda a 4ª Sessão Legislativa.