As más gestões de Nelson Trad Filho e do seu sucesso Alcides Bernal na Prefeitura de Campo Grande estão fazendo a população pagar caro com os estragos provocados pela chuva. Mais uma vez a cidade de Campo Grande sofre com o problema das enchentes, pois, com o transbordamento de córregos, as ruas e avenidas ficam intransitáveis.
No Bairro Taquaral Bosque, por exemplo, a água invadiu algumas casas. As rotatórias da Avenida Presidente Ernesto Geisel com a Rachid Neder e com a Mascarenhas de Moraes ficaram submersas. A Avenida Ernesto Geisel em boa parte de sua extensão margeia o Rio Anhanduí e, em alguns pontos, está sendo devorada pela intensidade das águas.
Recentemente no trecho próximo ao Ginásio Guanandizão, onde a pista sem sinalização e sem guard rail é consumida pela erosão, uma combinação de imprudência, pista defeituosa e álcool ocasionou um acidente fatal, em que um veículo caiu no leito do rio e seus ocupantes morreram afogados. Por ali não há guard rail.
Mas esses problemas não são recentes. Durante a administração de Nelson Trad Filho, na época PMDB, a Prefeitura investiu mais de R$ 134,8 milhões em obras de controle de enchentes, drenagem e macrodrenagem, preconizadas pelo Plano Diretor de Drenagem. Mas, como tragicamente se percebe, parece que nada de caráter efetivo foi implementado.
Na época em que foi prefeito, Nelson Trad Filho, justificou que o investimento em controle de águas pluviais era um investimento “quase permanente no processo crescente de urbanização pela qual a cidade atravessa”. E que “A água da chuva que caía no solo e era transformada em barro agora é escoada para algum córrego. O resultado são os transbordamentos, a queda de barragens, estragos no pavimento, meio-fio e solapamentos”.
Nelson Trad Filho foi prefeito por duas gestões e antes de passar o bastão para Alcides Bernal (PP), deixou mais de R$ 160 milhões para novas obras a serem executadas pelas empresas ligadas ao empreito João Alberto Krampe Amorim (cunhado do prefeito).
Por desconfiar desses processos, Alcides Bernal ameaçou anular as licitações deixadas por antecessor. Mas, segundo o que foi apurado pela operação Coffee Break, Trad Filho tentou (e conseguiu) minar a administração do progressista, através de um conluio de vereadores, empresários e caciques políticos do PMDB, que cassaram Alcides Bernal, depois alçaram ao seu cargo o pastor Gilmar Olarte e instalaram o caos na Prefeitura de Campo Grande com as idas e vindas através da guerra de liminares.
Agora caberá a Marcos Marcelo Trad (PSD) resolver esse problema. Que não se trata de falta de recursos, pois só na administração de seu irmão foram investidos mais de R$ 134 milhões e deixados outros R$ 160 milhões em processo de licitação para serem executados. O que falta de fato é gestão eficaz, já que as apurações da Polícia Federal revelaram através da operação Lama Asfáltica como eram as execuções das obras públicas tocadas pelo empreiteiro João Alberto Krampe Amorim.
Embora Alcides Bernal tenha sido prejudicado por uma cassação injusta, quem sofreu de fato os reflexos desse absurdo foi a população da Capital. Bernal mal terminou seu mandato e já anunciou que tem pretensões eleitorais para o ano de 2018, enquanto isso o campo-grandense padece com as enchentes, causadas não só pelas chuvas, mas pela falta de responsabilidade dos gestores na hora de investir os recursos arrecadados.