A pilantra Angela Mamed, que forjou o próprio sequestro para extorquir o marido, Cleberson dos Santos Patrocínio, que veio do Mato Grosso para trabalhar em Chapadão do Sul (MS), teria pedido, como resgate, R$ 30 mil, conforme informações repassadas pela Polícia Civil ao Blog do Nélio.
A picaretagem foi descoberta pela Polícia Civil de Chapadão do Sul em parceria com o Garras (Grupo Especializado de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros), que passou a investigar o caso.
De acordo com o delegado Alexandro Mendes de Araujo, para a Polícia não há dúvidas de que Angela Mamed forjou o próprio sequestro para tirar dinheiro do marido e, por isso, será indiciada por estelionato.
A Polícia suspeita que pelo menos outras duas pessoas tenham colaborado com o golpe e elas também terão de responder por associação criminosa.
O desfecho da armação só foi possível devido à colaboração da Polícia de Manaus (AM), onde mora Angela Mamed. Por enquanto, a mulher ainda não foi ouvida, mas por telefone a Polícia conversou com a mãe dela, que foi quem revelou que a moça estava em casa e não em cativeiro.
O marido de Angela foi avisado que o crime, na verdade, se tratava de um golpe ainda na semana passada. Ele teria ficado bastante desapontado porque acreditava estar recebendo a pessoa com quem iria manter um relacionamento amoroso e de repente chega à conclusão de que caiu em um golpe.
Entenda o caso
O desaparecimento de Angela chegou à Polícia na manhã de sexta-feira (14), após denúncia de Cleberson de que ela teria sumido na quinta-feira (13), logo após chegar ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Fotos com roupas sujas, chorando e ainda uma ligação dizendo “estou com sua mulher aqui e não vamos liberá-la” foram as últimas notícias que ele teve sobre a esposa.
Segundo o boletim de ocorrência, Angela teria ligado para o marido dizendo que tinha chegado à Capital e pegaria um táxi para ir até a rodoviária e depois seguir para Chapadão do Sul, onde ele mora.
Contudo, em seguida seu marido teria recebido uma ligação, as fotos e ainda mensagens por meio do WhatsApp em que os sequestradores pediam dinheiro pelo resgate da vítima, já que tinham usado todo o seu limite do cartão de crédito.
O que chamou a atenção, conforme o registro policial, é que na conversa do aplicativo, os sequestradores diziam que liberaram Angela na Rua Alcântara Machado, em Campo Grande, mas ela não apareceu.
Cleberson contou que vivia uma agonia desde que a esposa havia sumido. “Estou preocupado, porque eles ligam e ela fica chorando, pede pelo amor Deus para eu tirar ela de lá”, disse.
O rapaz disse que conheceu a mulher há cerca de nove meses, pela internet. Ele morava no Mato Grosso e ela no Amazonas, mas se viam frequentemente.
Antes de vir trabalhar em uma madeireira em Mato Grosso do Sul, há cerca seis meses, eles teriam passado dois meses juntos e decidido se casar. “Ela queria vir para cá e eu disse que podia, não imaginei que ia acontecer isso”, afirmou Cleberson.
O caso passou a ser investigado por equipes da Polícia Civil de Chapadão do Sul e do Garras, em Campo Grande, que acabaram descobrindo a verdade.