A Polícia Federal apreendeu e bloqueou R$ 146 milhões de facções criminosas em Mato Grosso do Sul apenas neste ano. Os valores, considerados pela corporação como provenientes de atividades ilícitas, foram retirados de circulação durante cinco operações deflagradas no Estado ao longo de 2025.
Segundo o superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, o ano foi marcado por um dos maiores volumes de ações integradas contra o crime organizado no Estado.
Ele destaca que o resultado é reflexo direto da ampliação da cooperação entre forças estaduais e federais, especialmente com a atuação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-MS), cuja vigência foi recentemente renovada por mais dois anos.
“Reativamos parcerias com forças estaduais, federais e com a Receita Federal. A Ficco é um modelo nacional de união de esforços contra o crime e tem sido fundamental para os resultados alcançados”, afirmou o superintendente.
Entre as ações de maior impacto está a Operação Blacklist, deflagrada em maio, que investigou o tráfico internacional de drogas ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção de grande presença na fronteira sul-mato-grossense.
A investigação descobriu uma rota que levava cocaína do Paraguai e de cidades da fronteira de MS para São Paulo, de onde as cargas eram despachadas para a Europa. Um dos destinos identificados foi Paris, capital francesa.
A PF identificou que os criminosos:
- atuavam dentro e fora de presídios;
- transportavam drogas e armas pela fronteira;
- utilizavam “mulas” para levar cocaína ao exterior;
- mantinham comunicação entre lideranças presas e comparsas em liberdade.
Segundo a corporação, havia indícios de que um dos investigados exercia função de articulador interno, repassando ordens de líderes encarcerados para membros da facção.
Para transportar a cocaína, a organização recrutava pessoas que viajavam com a droga na bagagem ou ingeriam cápsulas do entorpecente — prática típica do tráfico internacional.
A PF afirma que:
- cada mula costumava carregar entre 9 kg e 20 kg de cocaína;
- um caso excepcional flagrou 30 kg do entorpecente sendo levados para Fortaleza;
- houve outro flagrante de viagem internacional com destino a Paris.
Com base na quantidade de pessoas envolvidas, estimada em pelo menos 90 mulas, a Polícia Federal calcula que mais de 1,5 tonelada de cocaína pode ter sido enviada ao exterior por meio dessa estrutura.
